“Alien: Covenant” de Ridley Scott
Lotação (quase) esgotada. Expetativa em alta. O som estridente da sala IMAX.
Contrariando o expectável, o filme começa com uma discussão filosófica sobre a cria, o criador e o significado da vida. Parece redundante e despropositado mas tudo fará sentido mais lá para o final do filme. Michael Fassbender fará questão de o garantir.
De forma subtil mas precisa, Prometheus é integrado neste Covenant. Os acasos começam a parecer pouco aleatórios, o passado mistura-se com o presente e, cada vez mais com o futuro. Lembrar que esta trilogia pretende servir como prólogo para o primeiro filme da série, Alien (O Oitavo Passageiro, em Portugal).
Aqui reside a única crítica a Ridley Scott. Mesmo que repleto de particularidades e novidades, Covenant faz lembrar, em demasiado, o filme original da saga. Mas, se The Force Awakens era uma réplica de A New Hope (e da trilogia inicial da Guerra das Estrelas), quem somos nós para reprovar!
O filme começa, naturalmente, morno. Ao bom estilo de Passengers, um acidente obriga toda a tripulação a precipitar a sua saída da hibernação. E ficamos logo a perceber ao que vimos!
Com maior ou menor coerência chegamos ao “motivo da festa”. Katherine Waterston, Billy Crudup e Danny McBride assumem maior protagonismo mas é Fassbender quem faz de Alien: Covenant, e de toda esta nova trilogia uma obra memorável. E Scott já prometeu que o filme final está já em preparação. Logicamente.
O desenlace deixa tudo em aberto, transforma a forma como olhamos para Prometheus e lança-nos para Alien (o filme original). Mas antes de lá chegarmos iremos parar em Origae-6, o destino da maior operação de colonização em massa da história da civilização humana. Mas, não, o destino deste Alien: Covenant.
Após um incidente imprevisível, a tripulação da nave espacial que leva a bordo mais de 2000 colonos e embriões, será acordada do seu estado de hibernação para responder a uma situação de emergência. É quando, alertados por uma mensagem enigmática, a tripulação decide explorar um planeta remoto, até então desconhecido, mas que cumpre com todos os requisitos de sobrevivência.
Oram (Crudup) e Daniels (Waterston), capitão e imediato, são dois dos tripulantes que saem em exploração desse novo planeta. Mas aquilo que podia parecer uma simples viagem de prospeção rapidamente se revela uma intensa luta pela sobrevivência… e o reencontrar com antigos “amigos”.
É certo e sabido que o Alien (Neomorph e/ou Xenomorph) assumirá grande destaque na trama, assim como um velho conhecido, com as feições do Michael Fassbender. Aliás o ator irlandês é (agora) o grande protagonista desta nova trilogia, relegando tanto Noomi Rapace como Katherine Waterston para um plano secundário. Sem o fulgor ou omnipresença de Sigourney Weaver ambas as atrizes perdem relevância (e em talento) para o humanóide que assume, assim, as rédeas da trilogia.
Novas aventuras nos esperam. Ridley Scott já o garantiu e o desenlace assim o obriga. Já sabemos onde tudo vai dar… mas o caminho pode assumir mil e uma formas. Esperamos que o realizador e a sua equipa escolham um tão ou mais atrativo como até agora.
E mesmo no pior cenário, estas prequelas estão anos luz à frente (literal e cinematograficamente falando) da larguíssima maioria dos filmes de terror e suspense que chegam às nossas salas de cinema a cada ano. (ponto)
Fui vê-lo ao MAR Shopping na ante-estreia em IMAX também e gostei muito. Possivelmente um dos melhores da série, ao menos melhor do que o de há 5 anos atrás, que foi terrível.
Pessoalmente gostámos mais do Prometheus mas, lá está, cada um tem a sua opinião!