“Overdrive – Os Profissionais” de Antonio Negret
Realizador colombiano. Produtor francês. Protagonistas norte-americanos, franceses, alemães e cubanos.
Assim vive o cinema, o novo mundo da globalização!
Há cerca de 2 anos chegava às nossas salas, The Transporter: Refueled. Ação, velocidade, carros e as belas paisagens da Riviera francesa. O filme deixava pouco a desejar, mas tirava partido, de forma competentíssima, das capacidades da sala IMAX.
Chegamos a 2017, Fast & Furious e todo o seu legado continua a dar frutos e a ser uma referência para as gerações mais novas. Vai daí, nada como tirar partido desse carisma e tentar encontrar “the next big thing“… ou pelo menos ganhar uns trocos.
Overdrive não tem o impacto visual de Refueled, nem tão pouco o carisma da saga F&F ou dos seus protagonistas mas, por (entre) ruelas e calçadas, lá consegue encontrar o seu destino. Scott Eastwood continua a trilhar o seu caminho. Depois de The Longest Ride, o ator norte-americano tem aqui nova oportunidade para singrar no mundo-cão que é Hollywood. A dada altura, o apelido (tal como o próprio referia oportunamente num conhecido reclame publicitário) não será suficiente e o rapaz precisa, urgentemente de confirmar créditos próprios. Não será com este Overdrive que dará “o salto” mas, também, não se pode dizer que saia chamuscado pelas corridas.
A seu lado encontramos Ana de Armas. A atriz cubama que vimos recentemente em Hands of Stone e War Dogs, começa a ser uma presença assídua nas nossas salas mas será necessário bem mais do que uma cara laroca para almejar outros voos. E temos ainda o jovem Freddie Thorp. Um moço com alguma piada mas que à imagem da sua personagem, parece realmente perdido na maioria do tempo.
Andrew e Garrett Foster (Eastwood e Thorp) levam a vida a traficar carros. Por norma recorrendo a golpes meticulosos e de alto risco a dupla de (meio-)irmãos é especializada em clássicos de quatro rodas e não se pode queixar muito do seu estilo de vida. Mas Andrew tem agora uma namorada, Stephanie (Armas), e começa a pensar em reformar-se.
Um último golpe. Mas quando os 3 se vêm envolvidos numa voraz competição entre dois dos mais perigosos e poderosos mafiosos de Marselha, o seu destino parece tudo menos risonho.
Não tem grandes cenas de ação e velocidade mas não deixa de ter os seus momentos eletrizantes. Não tem grandes desempenhos mas não deixar de manter o nível num patamar razoável. Não tem um grande enredo mas não deixa de nos surpreender com alguns apontamentos inteligentes. E tem umas paisagens deslumbrantes e carros. Clássicos de quatro rodas que qualquer colecinador gostaria de ter. Nem que fosse em tamanho miniatura. Escala 1:18, por exemplo.
Overdrive é, em essência, um filme mediado que diverte, entusiama e, acima de tudo, cumpre a sua função. Nada de muito extravagante, nada de demasiado desesperante.
É q.b.