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“Uma Casa Cheia (Home Again)” de Hallie Meyers-Shyer

A ausência de comédias românticas (sobretudo oriundas de Hollywood) nas nossas salas de cinema, chegou ao ponto de qualquer filme ligeiro ser motivo das nossas melhores atenções.

Reese continua seguríssima de si mesma (ou contrário de Alice Kinney, a sua personagem), Michael pode ser o gajo mais chato e mais amável do mundo, em simultâneo (no papel de Austen), e os rapazes têm a sincera jovialidade para poderem ser qualquer um de nós.

Apesar das suas lacunas e inconsequência generalizada, Home Again resulta num filme agradável e bem mais complexo do que seria expectável. É verdade que a dada altura multiplicam-se as histórias e as intrigas – quase ao bom estilo de uma soap opera -, muitas delas sem rumo ou destino. Em sua defesa podemos argumentar que um filme não precisa de “responder” a todas as questões mas tantas “pontas soltas” também não é, necessariamente, agradável.

Mãe de duas meninas, cansado dos serões a solo e da falta de chama, Alice (Witherspoon) decide regressar a casa, deixando para trás um marido (Sheen), a frenética vida em New York e a insegurança de uma vida a só. Em LA, Alice tem as suas raízes, a casa do pai (um famoso realizador de cinema, entretanto falecido), a mãe por perto, as suas amigas e um trio de jovens (promissores) aspirantes a estrelas da 7ª arte. Enquanto Alice tenta adaptar-se ao seu novo dia-a-dia profissional, pessoal e familiar, Teddy (Nat Wolff), George (Jon Rudnitsky) e Harry (Pico Alexander), instalam-se na casa da piscina. E formam uma família contemporânea, por assim dizer.

Com os seus momentos de humor, romance, drama e realismo, a obra de estreia de Hallie Meyers-Shyer conta com a especialista do género, Nancy Meyers, como produtora. Ou não fosse Hallie, filha da reconhecida realizadora e argumentista…

Naturalmente, Hallie segue o trilho desbravado pela sua mãe, acrescentando-lhe a tal autenticidade e atualidade que referíamos a cima. O filme resulta numa obra simpática que justifica plenamente o tempo despendido, ficando apenas o tal sabor insosso ao percebermos que alguns dos pequenos detalhes que vão sendo introduzidos na narrativa, acabarão sem a devida concretização.

E é isto.

   

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