“Maze Runner – A Cura Mortal (Maze Runner: The Death Cure)” de Wes Ball
Parece que já lá vai uma eternidade desde que The Maze Runner estreou nos nossos cinemas…
As voltas e reviravoltas da máquina de Hollywood fez (e desfez) das YA adaptations um dos fenómenos da última década. O filme de Wes Ball estreava já para lá do apogeu do género mas ainda assim com potencial e material para deixar a sua marca.
Curiosamente, em paralelo com tantos outros exemplos (The Hunger Games será o mais evidente), o melhor foi mesmo o início já que na generalidade dos franchises – ou as obras literárias em que se baseavam – perdiam fulgor, interesse e criatividade à medida que se aproximaram do seu desenlace. The Scorch Trials era, também ele, um bom exemplo desse rumo.
Felizmente para The Death Cure, Dylan O’Brien teve um incidente durante as filmagens que obrigaram a suspender a produção e adiar a sua estreia. Mais afastados do debacle do género, o final da trilogia afastou (alguns) pré-conceitos e ganhou espaço para respirar…
Cada vez mais longe do material original – e ainda bem, pelo menos pela que nos foi dado a perceber pela rápida leitura dos seus resumos – Maze Runner, versão cinematográfica, construiu uma narrativa minimamente cativante e consistente. Teve o condão de rematar a trilogia de forma coerente, deixando, ainda, um rumo para novos episódios. Se assim se justificar.
Parece mais do que evidente – até pelo seu desempenho em outros filmes – que O’Brien será o grande beneficiado com a saga. American Assassin confirmou todo o seu potencial e este 3º capítulo mostra já um ator com outra confiança e presença, a desejar novos desafios. Quanto aos demais, não será tão fácil. Mas a ver vamos.
Traído e amargurado pela decisão de Teresa (Kaya Scodelario) em juntar-se ao WCKD, Thomas (O’Brien) procura encontrar a sua paz e um novo rumo longe da praga. Mas antes terá de resgatar Minho (Ki Hong Lee) mesmo que isso implique infiltrar-se na última cidade-forte da organização que o persegue incessantemente.
A cura continua a ser o desígnio final mas… chegará a tempo?
Parece evidente que já não há nada de grandioso e surpreendente para revelar. É verdade que Wes Ball e o argumentista T.S. Nowlin ainda têm um ou outro truque na manga mas, em substância, o filme vale por duas ou três cenas de ação e pelo desenlace que não foi. Claro que quando comparado ao enredo original, de James Dashner, não se pode fazer muitas críticas ao resultado final, sem parecer demasiado injusto…
Foi o final de um género que teve quase a revolucionar uma indústria e acabou engolido por esta. The Death Cure não será o seu melhor exemplar mas, de certa forma, funciona como o desenlace para o todo o género que arriscou tudo e acabou rendido aos parâmetros da própria indústria… numa altura em que parecia ter encontrado a “solução”.
E deu para sentir saudades do Labirinto!
Foi o mais fiel aos livros, 5*