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“A Agente Vermelha (Red Sparrow)” de Francis Lawrence

Joel Edgerton está a tornar-se num habitué, cá pelo burgo. Depois de GringoRed Sparrow.

Curiosamente a estreia dos filmes no mercado nacional foi a inversa mas o nosso visionamento deste thriller a lembrar os tempo da Guerra Fria, foi sendo adiado e só agora chega a crítica.

Se no filme realizado pelo irmão, Joel já tinha deixado boas indicações, agora ao lado de Jennifer Lawrence a sua presença é bem mais marcante e categórica. Jennifer assume pleno protagonismo, quer na trama quer na tela, mas o ator australiano também não deixa o seu crédito por mãos alheias.

Francis Lawrence adapta a obra de Jason Matthews e constrói um filme com passado, presente e futuro.

Há, sem dúvida, um clima de James Bond mas ao contrário. Desta vez o foco está no lado russo, e numa mulher. Dominika Egorova não será a típica agente secreta dos nossos dias mas nos tempos da Guerra Fria o seu trajeto seria dos mais comuns. Este ambiente nostálgico e fascinante agarra o espetador e mantem-no “ligado” até ao desenlace final.

O filme vale por si. Hábil escrita, bons desempenhos e um ritmo constante e imprevisível. Temos grande dificuldade em perspetivar e antecipar os próximos passos e em elencar virtudes e defeitos. Não há inocentes, nem culpados nesta história e se a dada altura nos apanhamos a “torcer” por uma determinada personagem é apenas uma emoção induzida pelo realizador.

Mas importante a história é construída com a certeza que há muito mais para contar. Vários outros mundos são apresentados mas pouco explorados. Há margem para mais histórias, para mais heróis e para alguns vilões. A sequela, prequela, spin-off, saga ou outro qualquer termo que se queira empregar parece mais do que evidente. E ainda bem!

De facto, não há nada de novo em Red Sparrow. Já todos vimos e sentimos a emoção da espionagem, da dualidade, da incerteza e da sagacidade em centenas de outros filmes. Mas há cinema. Cinema que entretém, que mexe, que rebate convicções e expetativas. É um entretenimento de grande qualidade e, aparentemente, não estará assim tão distante da realidade atual. Num mundo em constante mutação e ebulição, o mundo da espionagem só não está de regresso, porque, na realidade, nunca partiu.

Apesar das suas origens humildes, Dominika (Lawrence) afirmou-se como uma das principais bailarinas do país. Porém, a malapata ou algo semelhante, roubou-lhe o seu futuro risonho e na eminencia de perder tudo, ela é aliciada pelo seu tio (Matthias Schoenaerts), um alto membro do Governo russo, a prestar serviços para a pátria-mãe.
O seu percurso nos Serviços Secretos Russos levará-la ao encontro de Nate Nash (Edgerton), um espião norte-americano a atuar no Leste europeu. E aí, um verdadeiro “jogo do gato e do rato” sem inocentes nem quartéis, transformará, em definitivo, a relação de forças entre o Ocidente e o Império Russo.

Intenso e cativante. Justifica plenamente a ida ao cinema mas lembrem-se a temporada dos Prémios já acabou… e por agora nas salas de cinema temos, sobretudo, filmes de entretenimento.

Este é um dos bons!

  

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