Em Maio, nos cinemas…
Este mês, para variar, seguimos a ordem cronológica de estreia do filmes em Portugal!
Maio começa com uma das grandes surpresas e revelações do ano. A QUIET PLACE era apenas mais um filme até estrear o trailer (ou tv spot) durante um dos intervalos da Super Bowl, no início de Fevereiro. De lá para cá, o filme de John Krasinski protagonizado pelo próprio e pela sua esposa na vida real, Emily Blunt, afigura-se como o primeiro grande candidatos aos Oscars de 2018. As semelhanças com o fenómeno Get Out parecem evidentes (género, distribuidora, efeito surpresa, etc.) com a particularidade que John e Emily terem um estatuto em Hollywood bastante distinto do que apresentavam Daniel Kaluuya e Allison Williams, em Fevereiro do ano passado. A história não podia ser mais inquietante. Uma família tenta sobreviver num planeta Terra pós-apocalitico, invadido por uma raça de extraterrestres que “ataca” quando houve um ruído! O silêncio é, verdadeiramente, de ouro, neste filme. E pelas imagens o suspense é (quase) palpável.
Na mesma semana viajamos até BEIRUT, anos 80. A capital do Líbano é o palco para um vertiginoso filme de ação e espionagem com Jon Hamm e Rosamundo Pike nos principais papéis. A estrela da TV norte-americana tem uma oportunidade de ouro para vincar a sua carreira na 7ª arte, enquanto a atriz inglesa está de volta “às armas”, poucas semanas depois de Entebbe. O argumento da autoria de Tony Gilroy (o cérebro por detrás da série Bourne ou de filmes como Duplicity e Michael Clayton) promete envolver e surpreender os espetadores, a cada reviravolta e momento de maior tensão.
O cinema nacional, também em destaque no início do mês com RUTH de António Pinhão Botelho (sim, filho do realizador João Botelho e de Leonor Pinhão, argumentista do filme). Pode parecer estranho e até certo ponto curioso mas o filme conta a história de como Eusébio da Silva Ferreira chegou a Portugal. Numa verdadeira história de intriga e espionagem, o jovem futebolista teve de viajar de Moçambique para Portugal incógnito sob o pseudónimo de Ruth. Esta a história verídica de como tudo aconteceu.
Seguimos para BLOCKERS. Esta comédia norte-americana tem um certo ar de raunchy comedy mas a crítica e o público (essencialmente norte-americano) tem deixado largados elogios ao filme de Kay Cannon, que se estreia como realizadora depois de uma década ao serviço da TV e dos argumentos da saga Pitch Perfect. Com Leslie Mann, John Cena e Ike Barinholtz no papel dos pais de 3 jovens adolescentes que fazem um pacto na vésperas do Baile de Finalistas, o filme promete muitas e boas gargalhadas, algumas cenas bem embaraçosas e a promessa que, no final, tudo se resolve. Pode não ser para todos os gostos mas a diversão, essa, está garantida.
De quando em vez estreiam no nosso país estes simpáticos e comoventes filmes, recheados de bom coração e doçura que só podiam ser produzidos em Terras de Sua Majestade. THE GUERNSEY LITERARY AND POTATO PEEL PIE SOCIETY antes de mais, ganha o prémio para o título mais longo do ano, até ao momento. Mike Newell o realizador de Four Weedings and a Funeral e tantos outros sucessos do cinema britânico assina um filme sincero a meio caminho entre a comédia e o drama, num retrato perspicaz das mazelas da (II Grande) Guerra. Lily James – Baby Driver, The Darkest Hour – é a protagonista principal, no papel da jovem escritora Juliet Ashton que procura conhecer em detalhe este grupo de amigos leitores e acaba por se apaixonar pela sua História… e, aparentemente, por um dos seus membros fundadores, personagem a cargo de Michiel Huisman – Age of Adeline, 2:22.
A meio do mês chega-nos DEADPOOL 2. Ryan Reynolds está, obviamente, de regresso e o seu anti-herói mais desbocado da história do cinema promete mais diálogos (com os próprios espetadores) viscerais, algumas piadas altamente picantes e deliciosas e ação da boa. Tal como anunciado pelo próprio na última cena do primeiro capítulo Cable (Josh Brolin) é o antagonista principal desta sequela (vá-se lá saber até que ponto será realmente o vilão da história), num filme que promete ainda introduzir um grupo de super-heróis denominado de X-Force… ou como diria o próprio Deadpool “um grupo de malta pouco ajuizada que tenta salvar o mundo, à sua maneira”. David Leitch – co-realizador do primeiro John Wick, realizador de Atomic Blonde e futuro realizador do spin-off da saga Fast & Furious, Hobbs and Shaw – assume o comanda da saga. Ação e entretenimento – digno da bolinha vermelha – está mais do que garantido!!
Na mesma semana estreia, no nosso país, outro tipo de ação. Mais musculada, mais violenta, mais viril, mais intensa, mais dramática. Realizado pela escocesa Lynne Ramsay – que em 2011 chocou meio-mundo com We Need to Talk About Kevin – YOU WERE NEVER REALLY HERE tem ares de Drive (ou qualquer outras das obras de Nicolas Winding Refn), vivendo de um intenso desempenho de Joaquin Phoenix. O ator natural de Porto Rico, está definitivamente de regresso aos grandes palcos. O seu Joe pode não ser a pessoa mais amável do mundo mas da imensa dor que carrega há um sentido de propósito que o torna implacável. Veterano de Guerra, o protagonista “ganha a vida” a resgatar meninas raptadas antes que estas desapareçam de vez. A forma como o faz é tudo menos simpática para os raptores.
Se Deadpool promete encher as salas de cinema neste mês de Maio, o que dizer do novo spin-off da Saga Star Wars. SOLO: A STAR WARS STORY prossegue a aposta da Disney/LucasFilm em viajar por entre o universo Star Wars, com nova prequela aos eventos retratados na trilogia original. Desta vez, o mítico Han Solo é o foco central da narrativa num filme que promete contar a origem de uma das personagens mais amadas da Guerra das Estrelas. Depois de um período de pós-produção algo conturbado – com o realizador Ron Howard a assumir o lugar da dupla Chris Miller/Phil Lord – o filme parece começar a ganhar tração e pelas primeiras imagens o espírito Star Wars está garantido. Ainda assim, tudo indica, estaremos perante uma narrativa mais sombria do que o habitual (da saga) enquanto Solo tenta encontrar o seu espaço… numa Galáxia em polvorosa.
James McAvoy e Alicia Vikander prometem fazer frente ao herói de Star Wars na sua semana de estreia, com um filme altamente introspetivo, dramático e comovente. O veterano realizador alemão, Win Wenders, dirige a dupla de atores – também eles de origem europeia – em SUBMERGENCE, um filme arrebatador, tocante e poderoso. Ou pelo menos é essa a expetativa. A história, baseada no romance de J.M. Ledgard, acompanha James e Danielle, cada um à sua maneira enclausurado e submerso (em sentido figurativo) nos seus problemas pessoais, que têm como refúgio e salvação a lembrança do seu fortuito encontro amoroso, alguns meses antes.
Ainda antes de terminar o mês temos direito a novo romance, desta vez com uma história baseada em factos verídicos. Shailene Woodley e Sam Claflin são o par de serviço, numa incrível história de sobrevivência e perseverança. O islandês Baltasar Kormákur – Contraband, 2 Guns, Everest – é o realizador de serviço e se em termos de ação, dimensão e ritmo, o currículo fala por si, a ver vamos como se sai com uma pitada de romance. Em última instância, ADRIFT promete fazer esquecer qualquer dissabor com histórias recentes sobre velejadores solitários…
Antes de fechar o mês, Amy Schumer em mais uma comédia made in USA. Admito um certo tom pejorativo na afirmação mas há, também, a constatação que entretenimento e diversão fazem tanto parte do cinema, como qualquer outro género. Mesmo que estivesse recheado de piadas de gosto duvidoso e de um enredo incoerente, I FEEL PRETTY não deixaria de ser diversão garantida. Abby Kohn e Marc Silverstein, dupla de argumentista de outras comédias como Valentine’s Day ou How to be Single, têm aqui a sua estreia como realizadores mas o sucesso ou insucesso do filme dependerá, naturalmente, da capacidade de Amy em criar empatia com o espetador no papel de Renne Bennett, uma insegura mulher que sente-se a mais atraente e determinada mulher do mundo, depois de dar uma queda valente.
Para terminar, recuperamos a antevisão realizada em Fevereiro a respeito de LBJ. O filme de Rob Reiner estreia finalmente no nosso país este mês e continua a ser um dos mais aguardados. “Fora da corrida mas protagonizado por um dos atores de 2017, LBJ conta a história de um dos mais controversos e instigados presidentes dos EUA. Woody Harrelson é Lyndon Baines Johnson, o vice-presidente de JFK que assumiu a presidência após o assassinato do Presidente norte-americano e que teve o exaustivo trabalho de viver sobre a sua sombra. Sob a alçada do veterano Rob Reiner, Harrelson volta a assumir pleno protagonismo num filme que confirma a versatilidade e imenso talento de um ator ímpar. Woody estará de regresso este ano para mais aventuras e desempenhos memoráveis, a começar por Solono qual faz o papel de mentor do protagonista mas LBJ parece realmente ser o grande desafio da sua carreira.”.
Um Lugar Silencioso, Ruth, A Sociedade Literária da Tarte de Casca de Batata, Os Empatas, Nunca Estiveste Aqui, Han Solo: Uma História de Star Wars, Sou Sexy, Eu Sei! e LBJ são distribuídos pela NOS Audiovisuais.
Deadpool 2 é distribuído pela Big Pictures Films.
Beirut é distribuído pela Pris Audiovisuais.
Submersos e À Deriva são distribuídos pela Cinemundo.
Sou Sexy, Eu Sei!: 4*
O melhor do filme é a sua mensagem, vejam.
Cumprimentos, Frederico Daniel.