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“À Deriva (Adrift)” de Baltasar Kormákur

Duas jovens estrelas em ascensão. Um realizador corajoso e visionário. Uma incrível história verídica.

Os condimentos (mais do que) necessários para uma bela história.

Shailene Woodley e Sam Claflin dão vida ao par romântico de aventureiros cuja paixão pelos barcos e pelo mar colocará à prova todas as suas convicções… e o seu amor.

Estamos nos inícios dos anos 80, algures no Pacífico Sul.  Richard e Tami deparam-se, inesperadamente, com uma das maiores tempestades da história, a bordo de um pequeno iate. E assim, enquanto conhecemos a sua incrível história de sobrevivência e perseverança, acompanhamos in loco (ou em flashbacks) o desabrochar da sua relação.

Não será propriamente uma coincidência que antes deste AdriftKormákur tenha saltado para as luzes da ribalta graças ao contundente Everest. A forma como o realizador islandês respeita e filma a natureza coloca-nos bem no centro da sua extrema violência mas, mais importante do que isso, é mesmo o seu impacto emocional nos seus protagonistas.

É impossível imaginar o que terão sentido – no meio de um vasto Oceano ou no mais alto pico do mundo – mas não vejo como poderíamos estar mais perto dessa resposta. A frieza, contundência e emotividade com que somos confrontados com os seus dilemas, privações ou superações faz-nos (quase) sentir na pele… e na alma, o seu desespero.

É. em boa verdade, preciso ser um bocadinho masoquista para ir no cinema ver filmes desta impacto emocional mas o cinema também é viver, através dos olhos e das imagens! A simples noção que se trata de uma história verídica, justifica toda e qualquer cinematografização do que realmente aconteceu. E sentir, assim de forma tão violenta, também nos faz viver.

Para além da realização de Kormákur, destaque para o jovem par de protagonistas. Claflin mais contido, até em função da evolução da história, e Shailene com crescente protagonismo mas sempre bem apoiada pelo seu par. Se os momentos mais ternos são suficientemente reais, o misto de desespero e coragem retratados perante a catástrofe, são ainda mais contundentes. Thumbs up for both!!

A meio caminho entre o romance, o filme de aventuras e o filme-catástrofe, Adrift é um retrato contundente de uma história “feita” para a 7ª arte.
Doa a quem doer.

 

   

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