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“O Regresso de Mary Poppins (Mary Poppins Returns)” de Rob Marshall

Antes de avançar para o comentário, parece-nos relevante a seguinte declaração de interesse: “Nunca vimos o Mary Poppins original.”

Apesar do fascínio que o mesmo atrai  – não será à toa que 55 anos depois, um filme permanece um Clássico da 7ª arte – confesso que nunca sentimos essa extrema necessidade de o ver. Naturalmente, como qualquer um de vós, já vimos imagens do mesmo e temos uma noção generalizada do seu argumento mas fica por aí o conhecimento relativo ao mesmo.

Já vimos Nanny McPhee …

Emily Blunt calça as botas de Julie Andrews. Rob Marshall assume as funções de Robert Stevenson. A dupla atualiza o espírito, a magia e o charme da ama mais famosa da história do cinema, numa clássico filme para toda a família.

Bons momentos musicais, uma Blunt a confirmar o seu crescente estatuto na 7ª arte e Marshall volta a recuperar o género musical para o cinema. Pode parecer estranho mas é já a terceira ou quarta vez que o realizador norte-americano parece salvar o género do esquecimento mas, mesmo os mais sisudos, não poderão disfarçar o movimento dos ombros, o sorriso nos lábios e o cantarolar na voz.

O resultado, independentemente do virtuosismo do argumento (e/ou do próprio filme), é uma confortável satisfação e leveza de espírito. É impossível sair da sala sem a agradável sensação que vamos surpreendentemente mais felizes do que estávamos à entrada. E cinema também é isso. A capacidade de nos desligar da realidade e fazer-nos sonhar!

Elogios à parte, o filme tem igualmente os seus senãos. A história é fraquinha, esparsa, banal e altamente previsível. Ben Whishaw e Emily Mortimer limitam-se a a passar para receber o cheque e as músicas, apesar de cativantes, não chegam a ficar no ouvido.

Nota para Lin-Manuel Miranda. A coqueluche da Broadway vem cimentando a sua presença e abrangência no mainstream artístico norte-americano e é fácil ver porquê. Bem humorado, talentoso e despachado, o artista tem direito, ao lado de Blunt, a um papel omnipresente no filme. E só lhes fica bem. A dupla espalha talento e lisura ao longo de 2h de cantorias e ternura familiar.

Cerca de 30 anos volvidos, Mary Poppins (Blunt) está de volta à casa da família Banks para ajudar a família a atravessar um período menos salutar. A magia parece ausente mas bastarão uns pózinhos (de pirlimpimpim) para todos voltarem a acreditar …?

Apesar de globalmente ser um filme agradável, faltou ousadia e inovação para transformar Mary Poppins num ícone do nosso século.

Foi bom. Apenas.

    

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