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“X-Men: Fénix Negra (Dark Phoenix)” Simon Kinberg

Não é exatamente o que estávamos à espera…

Vamos por partes.
A trilogia inicial era competentíssima, especialmente numa época em que as adaptações dos comics à 7ª arte eram vistas com desconfiança. Mas quando no início desta década, Matthew Vaughn nos deu First Class, houve uma luz que se acendeu. Infelizmente, a Fox voltou a entregar as chaves da saga a Bryan Singer e o franchise foi-se perdendo… até um gasto e arrastado Apocalypse.

Depois de Logan, a ideia de The New Mutants e deste Dark Phoenix parecia querer dizer que a saga entraria em definitivo em modo reboot. Mas chegamos, de rompante, à inesperada aquisição da 20th Century Fox, por parte da Disney (detentora dos direitos da Marvel) e ao fim, iminente, dos X-Men tal como os conhecemos.

Importante preâmbulo para explicar o universo que nos separa deste Dark Phoenix. A oportunidade de fazer um filme de super-heróis sem ter qualquer preocupação quanto ao futuro (do franchise) – mesmo que esta situação se tivesse confirmado apenas no pós-produção – deveria ter permitido ser mais audaz, inconsequente e criativo. Mas o que acontece é simplesmente o oposto, as mesmas questões, as mesmas soluções.

O fim do mundo e a forma como humanos e mutantes se relacionam continua a ser a obsessão de Bryan Singer e Simon Kinberg – habitual argumentista da saga e que se estreia como realizador – que a levam, mais uma vez, até à exaustão.

A jovem Sophie Turner é, pelo menos em teoria, a protagonista deste filme, ao encarnar, mais uma vez a personagem que dá título ao filme. Oriunda do imenso fenómeno televisivo que se dá pelo nome de Game of Thrones, a jovem atriz encontrou em X-Men o palco ideal para a sua aventura cinematográfica e, no que à jovem diz respeito, a aposta foi correta e satisfatória. O problema, tal como já tinha acontecido em Apocalypse, é que o enredo é fraquinho, desinteressante e repetitivo. Ou seja, nada que se possa apontar a Jean Grey.

Os mais veteranos, McAvoy, Fassbender, Lawrence e Holt (estes 2 partilham, aliás, a dada altura um sintomático desabafo relativamente a serem o que resta da First Class) parecem algo perdidos e desinteressados, sem saber como fazer evoluir as suas personagens e rentabilizar a sua presença.

Perdeu-se, decididamente, a oportunidade de deixar um legado. Ao invés produziu-se mais um filme pipoca pastilha elástica, para consumo instantâneo… e pouco mais.

Não era isto que estávamos à espera.

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