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“Stuber” de Michael Dowse

No fundo, no fundo, é Dave Bautista e Kumail Nanjiani a fazerem deles próprios.

O enredo não é lá grande coisa, mas não é fácil resistir a um buddy cop movie quando Bautista faz de mau (polícia) e Nanjiani faz de bom (cidadão).

As razões que levam a dupla a partilhar esforços na perseguição de um perigoso traficante serão do mais rebuscado que há, mas depois de entrarmos no espírito, o filme até que resulta com distinção.

Nenhuma crítica relativamente ao trabalho de casting. As personagens de Vic e Stu parecem talhadas para os dois atores e eles não desiludem. Bautista, do alto do seu 1,93 e 130kg confirma todos os seus pergaminhos como calmeirão de serviço, enquanto o frágil e bem humorado Nanjiani dá, inquestionavelmente, um perfeito condutor da Uber, de coração frágil e humor corrosivo.
O acaso irá juntar detetive e motorista, nas 24h mais explosivas das suas vidas!

Encadeando constantemente momentos de ação com outros de humor – e até misturando ambos – o filme de Michael Dowse corresponde plenamente às expetativas. Para mais, numa altura em que os filmes mais ligeiros têm cada vez mais dificuldade em chegar às salas de cinema, a ação é bem-vinda, desde que garanta algumas boas gargalhadas e alguns momentos de pura estupefação.

Nesse sentido, total crédito à dupla de protagonistas. Stuber é daqueles filmes que dificilmente constará na lista mais sucinta de grandes feitos de cada um deles, mas tem o condão de reforçar uma imagem (também de competência!) que se solidifica e garantirá, seguramente, bastantes frutos no futuro, para ambos.

Bautista no papel de durão implacável, irrequieto, persistente, com modos pouco recomendáveis mas de coração imenso. Se preferirem uma analogia, um Dwayne Johnson mais comedido e eficaz mas, igualmente, mais espirituoso e confiável.
Nanjiani invariavelmente bem-humorado, mesmo quando está zangado e possesso mas, acima de tudo, com um humor mais inteligente, seco e pontiagudo, cada vez mais raro numa América exagerada, brejeira e rude.

Voltando a Stuber, foi, sem dúvida, um bom bocado.

Pessoalmente, fiquei com a sensação que o filme perde algum relevo à medida que se vai afastanto do seu lado mais humorístico para se concentrar na vertente mais viril do seu enredo. Como se tivesse sido quase preferível esquecer a história – i.e. a perseguição policial – para nos focarmos, em exclusivo, na relação entre Vic e Stu.

Terá fulgor comercial suficiente para garantir uma sequela? Dá nossa parte, todo o apoio.

As personagens e os seus protagonistas merecem-no!

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