“Velocidade Furiosa: Hobbs & Shaw (Fast & Furious: Hobbs & Shaw)” de David Leitch
A verdade é que o filme funciona. Não chega ao nível dos melhores momentos da saga, mas não deixa de ser um filme competente, entretido e inteligente.
Inteligência essa, evidenciada sobretudo na forma como o realizador David Leitch explora o que de melhor o filme tem para oferecer, a sã(?!?) rivalidade entre Luke Hobbs e Deckard Shaw.
Depois de 2 filmes da saga Fast & Furious a partilharem a tela – e depois da conhecida quezília entre os mais recentes e os históricos protagonistas da mesma – Dwayne Johnson e e Jason Statham deixaram a Família e seguiram a sós. Bem, e na prática foi realmente a sós, uma vez que os seus Hobbs & Shaw, para além de não serem pera doce, não são propriamente os melhores amigos.
Quer dizer, os rapazes mal se toleram. E esse é um dos trunfos de um poderoso filme de ação, recheado de exageros e impossibilidades físicas. Ora bem, essa disputa que invariavelmente resvala para um humor corrosivo, dá graça ao filme, e ajuda a aliviar a tensão e a exigência. Na prática é tudo uma imensa brincadeira… que não é DE TODO, levar a sério. E ainda bem.
É inegável que a dupla Johnson/Statham funciona. Cada um à sua maneira, tanto nos momentos de ação, como de humor, o norte-americano e o inglês são, de longe, o que de melhor o cinema de ação tem para oferecer nos dias de hoje. E juntos, é difícil esperar mais.
Vanessa Kirby (M:I Fallout) acaba por ser a grande revelação do filme e, ademais, a sua grande beneficiária. Depois de alguns papéis modestos, a atriz inglesa dá bem conta do recado, junto a dois pesos pesados do cinema mundial. Se há filmes que marcam uma carreira, este é um caso flagrante!
Finalmente, Idris Elba. Se os filmes de super-heróis valem tanto quanto os seus vilões, este Hobbs & Show está muito bem servido! Brixton não é propriamente uma grande personagem, mas Elba é, sem dúvida, um ator superlativo (oxalá seja mesmo o próximo 007!) e consegue elevá-lo quase ao seu dos protagonistas deste filme.
Quando uma nova arma biológica cai nas mãos erradas, os serviços secretos norte-americanos e britânicos, recorrem aos seus ativos mais valiosos. Luke Hobbs e Deckard Shaw (Johnson e Statham, respetivamente) acabam, relutantemente, por unir esforços perante uma nova e poderosa ameaça. Em Londres, Moscovo e na Polinésia, a dupla irá encarreirar algumas fantásticas cenas de ação, com destaque para a competentíssima perseguição pelas ruas de Londres e a fuga da fábrica ucraniana.
Nota final para duas personagens surpresa durante o filme. Aparentemente, o agente da CIA e o Air Marshal não serão meros apontamentos humorísticos no filme, mas sim, as primeiras peças de um novo puzzle que promete levar este spin-off para outros voos, i.e., um franchise próprio que pode, ou não, cruzar com a saga principal.
A ver vamos, o que o futuro reserva. Para já o tiro de partida está dado. E parece, realmente, que está para ficar.
Gostei.
Velocidade Furiosa: Hobbs & Shaw: 5*
Para mim é dos melhores blockbusters do ano, adorei.
Ps, também adorei a entrada da Kirby neste mundo.
Cumprimentos, Frederico Daniel.