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Em Setembro, nos cinemas…

E chegamos à rentrée ou como se diz em Setembro de 2019, a IT.

Não é fácil escrever sobre uma “saga” que não se conhece, nunca se viu e pouco se sabe. Ao que parece há um palhaço, balões vermelhos e grandes sustos! E é baseado num romance do mestre do terror e suspense, Stephen King. Há 2 anos, IT foi um imenso sucesso e algo estranho relativamente ao enredo foi rapidamente esclarecido. A história do filme recuava 25 anos no tempo… apenas para se fazer, agora, uma sequela no nosso tempo. Consta que o motivo estava relacionado com Pennywise, o palhaço. Com isso todo o elenco, ou quase, envelheceu. Os jovens protagonistas estarão de volta, mas Será James McAvoy, Jessica Chastain, Bill Hader e, naturalmente, Bill Skarsgård a assumir as rédeas desta sequela. IT CHAPTER TWO dá o tiro de partida para um mês que pode muito bem atingir o seu pico, logo à partida!

Seguimos com o apelo emocional… e cinematográfico. Mais do que Brad Pitt, Tommy Lee Jones, Liv Tyler ou viagens no espaço e o fim da humanidade, o que nos atraia para AD ASTRA é a improvável combinação de James Gray com um filme de ficção científica. Se havia algo em comum na cinematografia do realizador nova-iorquino era a autenticidade e crueza das suas histórias de vida. Um astronauta prepara-se para se aventurar no espaço, em busca de respostas sobre a humanidade e do seu pai, desaparecido numa expedição 30 anos antes. Entre a opção por não saber mais e a preocupação dos envolvidos em esconder (e bem!) o enredo do filme, cresce a curiosidade, a ansiedade e a expetativa por um filme que pode muito bem marcar o ano de 2019!

Por falar em expetativa e possíveis candidatos aos prémios de melhores do ano. Vencedor de um Pulitzer de melhor livro de fição do ano, em 2014, THE GOLDFINCH é agora adaptado ao cinema pela mão do irlandês John Crowley (Brooklyn). A história do rapaz cuja vida é para sempre transformada por um atentado bombista em pleno MET fez as delícias dos leitores de todo o mundo nos últimos anos e apesar da obra de Donna Tartt não ter propriamente entrado para as tabelas dos livros mais vendidos no nosso país, não quer dizer que os espetadores não de possam, agora, apaixonar por ela. Nicole Kidman, Ansel Elgort, Sarah Paulson, Luke Wilson ou Jeffrey Wright vão-se encarregar disso, ainda que todos os olhos estejam, de facto, no argumento adaptado de Peter Straughan (BAFTA de Melhor Argumento Adaptado por Tinker Tailor Soldier Spy).

Seguindo na senda dos prémios, prémios de Melhor Intérprete Masculino em Cannes para Antonio Banderas e de Melhor Banda-Sonora para Alberto Iglesias. Dois dos mais antigos e habituais colaboradores de Pedro Almodóvar voltam a tirar dividendos dessa parceria, em mais um filme do conceituadíssimo realizador espanhol. DOLOR Y GLORIA conta a história de um realizador de cinema que num momento de crise artística avalia o impacto dos momentos marcantes da sua vida. Para além de Banderas, o filme conta ainda com a participação especial da principal musa do realizador espanhol, Penélope Cruz, naquele que será, sem dúvida, um dos filmes espanhóis mais aguardados e mediáticos do ano!

Prosseguimos no cinema europeu, mais precisamente com um filme francês. Não, não se trata de mais uma comédia – invariavelmente de qualidade, deva-se acrescentar – mas sim, de um filme de ação. Pode parecer surpresa para alguns mas do “hexágono” também se fazer outro género de filmes (que não comédias). Alguns de qualidade! LE CHANT DU LOUP – que em português daria alguma coisa como “o uivar do lobo” – é um filme de ficção passado num submarino a vários metros de profundidade, quando uma crise internacional, provoca momentos de extrema tensão. Protagonizado por François Civil, Omar Sy e Mathieu Kassovitz, o filme de Antonin Baudry tem recebido interessantes críticas desde a sua estreia, demonstrando que há mais do que bom humor para lá dos Pirenéus. Para já é o 4º filme francês mais visto do ano, por terras francesas. Nada mal.

Já que estamos a falar de ação que tal voltarmos para Rambo. É verdade que 2019 são os novos anos 80, e Sylvester Stallone faz questão de o comprovar. RAMBO: LAST BLOOD chega aos cinemas, 37(!!) anos depois de First Blood e 11 anos depois do último filme da saga. No entanto, ao contrário do seu antecessor, desta vez Stallone (e por maioria de razão John Rambo) parece consciente das suas limitações, apostando num tom mais vagaroso e nostálgico, ao invés de tentar recuperar o tempo perdido. Mais importante, Adrian Grunberg é quem assume a cadeira de realizador, depois de um longo período de formação ao lado de grandes nomes como Mel Gibson, Tony Scott ou Edward Zwick. Está prometido o último capítulo da saga… e Rambo não sairá de cena, seguramente, sem um grande estrondo!!

De estrondo em estrondo. Keira Knightley, Matthew Goode, Rhys Ifans, Ralph Fiennes e a infame Guerra do Iraque. Em 2003, uma coligação liderada pelos EUA invadiu o Iraque para restabelecer a ordem e garantir que o Estado do golfo Pérsico não utilizava ou construía armas de destruição massiva. A questão é que nunca se encontrou evidências da sua existência, mesmo que dezenas de relatórios ultra-secretos o confirmassem. Aparentemente era tudo mentira! Quando o descobriu, um jornalista inglês partilhou esses OFFICIAL SECRETS, apenas para ser acusado e julgado por traição. É o mundo onde vivemos. O sul-africano Gavin Hood não é propriamente um novato nesta questão de colocar o dedo na ferida mas, desta vez, parece ter sido, realmente, sem contemplações. Para ver e refletir.

Continuamos no mundo real, mas agora num tom ligeiramente mais leve. Wall Street, New York, USA. Cansadas de serem explorados pelos homens mais ricos e influentes do mundo, um grupo de “dançarinas exóticas” cria um esquema para os chantagear e extorquir dinheiro. Ou seja, uma mera redistribuição da riqueza… e do crime. Jennifer Lopez é líder deste grupo (em termos cinematográficos, ok!?!) que conta ainda com Constance Wu, Keke Palmer, Lili Reinhart e a cantora Cardi B.. Julia Stiles é a jornalista que dá a conhecer a história de HUSTLERS ao mundo (financeiro, e não só!). A meio caminho entre o humor e o drama, este retrato real de uma América perdida entre dois mundos, promete um bom entretenimento e um olhar curioso sobre a (in)justiça divina.

Quase a fechar, aquilo que pode muito bem vir a tornar-se numa tendência tão profícua quanto o foram as Young Adult Adaptations. A adaptação à 7ª arte de séries de TV de sucesso não é, de todo, uma novidade, mas, convenhamos, não existem assim tantos casos de sucesso. Mas, a atual conjuntura da relação TV-Cinema vai multiplicá-los. Parece-me. DOWNTON ABBEY, uma das séries que marcou a atual revolução televisiva, pode (e vai!) abrir escancarar essa porta. Nunca vi. Pouco sei. Mas tenho bastante curiosidade em conhecer este grupo de aristocratas e fiéis serventes da mais “alta” nobreza britânica. A História confunde-se com a história da família Crawley muito por culpa de Julian Fellowes, criador e argumentista da série… e do filme.

Se há lição que Variações nos ensinou (ou pelo menos devia tê-lo feito) é que a desconfiança em torno do cinema nacional, pode ser bastante despropositada. Especialmente quando estamos perante um filme selecionado para a competição oficial do Festival de Veneza e do Festival de Toronto (TIFF). Protagonizado por Albano Jerónimo, Sandra Faleiro e Miguel Borges, A HERDADE, acompanha a história de uma família de latifundiários portugueses, ao longo de várias décadas, dos anos negros da ditadura, passando pela revolução de Abril, até aos dias de hoje. Podemos realmente estar perante um dos grandes filmes portugueses deste século! Será pedir muito?

It: Capítulo 2, Segredos Oficiais, O Pintassilgo, Rambo: A Última Batalha e Downton Abbey são distribuídos pela NOS Audiovisuais.
Ad Astra é distribuído pela Big Pictures Films.
Le Chant du Loup – Ameaça em Alto Mar e Ousadas e Golpistas são distribuídos pela Cinemundo.
A Herdade é distribuído pela Leopardo Filmes.
Dor e Glória é distribuído pela Pris Audiovisuais.

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  1. Vi no dia 06 o It: Capítulo 2: 5*

    Apesar de ser muito longo, o clima de suspense está no ponto certo.

    Cumprimentos, Frederico Daniel.

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