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“Síndrome de Estocolmo (Stockholm)” de Robert Budreau

A história é tão absurda… que só podia ser mesmo verídica!

E nesse capítulo, parece não haver muitos melhores do que Ethan Hawke para lhe dar corpo e alma.

A afamada Síndrome de Estocolmo – estado clínico/psicológico em que uma vítima de rapto ou sequestro se deixa encantar pelo seu raptor – já por diversas vezes foi abordada de forma mais direta ou indireta na 7ª arte, o que este Stockholm faz é recuperar a história que deu origem (ou pelo menos baptizou) o fenómeno.

Como o próprio título indica, estamos em Estocolmo, capital da Suécia. Um homem (Hawke) irrompe por uma sucursal de um dos mais importantes bancos suecos de metralhadora em punho. Algumas horas depois aceita libertar todos os reféns, com a exceção da gerente e uma das funcionárias. Em troca, exige a libertação do seu antigo parceiro de cela, Clark Olofsson (Mark Strong), alguns milhões de coroas e um carro, nas palavras dele próprio “igual ao utilizando por Steve McQueen no filme Bullitt“. Se até aqui já não é fácil acompanhar, o que se seguiu foi único.

Sem querer entrar em grandes considerações de defesa dos criminosos ou de culpabilização das forças da autoridade, é difícil não nos apaixonarmos pela história. Kaj Hansson (Hawke) só podia ter um (ou muitos) parafuso a menos, mas, com toda a honestidade, não sei como não se pode encontrar alguma “beleza” na sua loucura.

E se há elemento que o filme de Robert Budreau explora de forma primorosa é essa loucura. Tanto na sua parte saudável, como no seu lado mais doentio. E, nós, embalados pelo desempenho preciso de um talentosíssimo Ethan Hawke, vamos levando o filme com o alarmismo e o bom humor necessários.

Os anos 70 foram, de facto, uma época estranha, e este exemplo sueco não podia ser mais explícito dessa maluqueira. Nesse capítulo, merecido reconhecimento, também, para Mark Strong e Noomi Rapace que funcionam, a diferentes momentos e formas, em primorosos contrapontos para o desempenho eletrico do seu protagonista.

Para a posteridade, fica (mais) um desempenho irrepreensível de Ethan Hawke e dois, mais do que justos, prémios do Cinema Canadiano, os de Melhor Argumento Adaptado e o de Melhor Penteados.

E, a certeza que estivéssemos perante uma produção norte-americana e seria um daqueles filmes com generalizado reconhecimento.

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