Em março, nos cinemas…
A primavera está à porta, já não há filmes da temporada dos Oscars a estrear, mas 2020 começa a ganhar forma, e com as férias da Páscoa à porta, o cinema infanto-juvenil assume plena primazia!
O que não quer dizer que não comecemos por um filme de terror/suspense! Quando em 2018, John Krasinski assinou e protagonizou junto da sua esposa, Emily Blunt, um filme de terror, poucos imaginariam o sucesso que o filme alcançaria. Pois bem, bastaram 2 anos para chegarmos a A QUIET PLACE PART II, e isso diz TUDO do tremendo trabalho realizado. A sequela pega na história no segundo a seguir a terminar o primeiro filme. O cenário está montado, as fraquezas de ambas as partes da história mais do que reveladas, mas há, ainda, um longo caminho a percorrer. Especialmente se os Abbott eventualmente optarem por abandonar os caminhos já conhecidos. Todo o elenco do filme original está de regresso, assim como Krasinski no duplo papel de realizador e argumentista. E ainda temos, desta vez, Cillian Murphy à mistura. Promeeeeeeete!!
Aproveitamos o embalo das sequelas e avançamos para algo bem mais familiar. O modelo (de sucesso) é basicamente o mesmo. Dois anos depois, realizador e elenco estão todos de regresso para novas aventuras… do coelho mais sabichão do campo. Domhnall Gleeson e Rose Byrne volta a ser os humanos de serviço, enquanto James Corden, Margot Robbie e Elizabeth Debicki estão de regresso aos coelhinhos. Will Gluck (Easy A, Friends with Beneficts, Annie) está igualmente de regresso à cadeira de realizador, para mais aventuras baseadas na obra da lendária Beatrix Potter. Desta vez, resolvida a querela entre Peter e o Mr. Thomas, a paz reina na quinta dos McGregor. Mas será sol de pouca dura. Não tardará que Peter se meta novamente em sarilhos, quanto se aventura por conta própria, na cidade. Prontos para novas rabbites em PETER RABBIT 2: THE RUNAWAY? NOTA: Fomos informados que a estreia do filme foi adiada, presumivelmente para agosto.
Deixamos as sequelas, mas ainda não vamos para os filmes totalmente originais. THE INVISIBLE MAN recupera a lendária história da invisibilidade da autoria de H. G. Wells e dá-lhe contornos de filme de suspense e de denúncia social. O Dark Universe da Universal Pictures parece condenado a nunca vir a ser o que era suposto ser, mas isso não quer dizer que, individualmente, os remakes dos filmes monstruosos da produtora não sejam obras de reconhecido mérito e visibilidade. Elisabeth Moss é a protagonista deste intenso thriller, onde uma mulher vítima de abuso doméstico é atormentada pelo “falecido” marido. A meio caminho entre o thriller psicológico e o slasher film, a obra de Leigh Whannell promete muita fantasia, sustos, gritos e uma história realmente interessante. O filme conta ainda com Oliver Jackson-Cohen (The Healer) no papel do doentio e abusivo marido. Ver para crer?!?
NOTA PRÉVIA: Algo nos diz que a estreia do filme ainda vai ser adiada, mas, caso se mantenha para este mês, é seguramente um dos principais destaques!
O plano da Disney de transpor para imagem real alguns dos seus principais êxitos do cinema de animação, tem conquistado, nos últimos anos, os mais rasgados elogios (Beauty and the Beast, Aladdin). E a tendência promete continuar, senão mesmo amplificar-se. É assim que chegamos a MULAN, a heroína chinesa que em 1998 tornou-se na primeira protagonista asiática do mainstream da Disney Animations. 22 anos depois, com um elenco totalmente asiático e com a chinesa Yifei Liu no papel de protagonista, a história da guerreira chinesa ganha uma versão ainda mais intensa e visualmente atraente. A história já “todos” conhecemos, mas pela amostra, esta versão tem criado em seu redor uma enorme expetativa, ainda para mais realizada pela neozelandesa Niki Caro, cujo currículo conta com outras histórias (Whale Rider, North Country, The Zookeeper’s Wife) de mulheres igualmente corajosas, determinadas e lendárias!
Continuamos na Disney, mas desta vez nos Estúdios de Animação da lendária Pixar. 10 Oscars de Melhor Filme de Animação e milhões de fãs espalhados por todo o mundo, garantem ao outrora modesto estúdio desenvolvido por Steve Jobs, o estatuto de maior produtora do cinema de animação. Se é verdade que os últimos anos – nomeadamente com a aquisição da Pixar por parte da Disney – não têm sido tão profícuos em termos de originalidade (com muitas sequelas a ocuparem o estúdio), não é menos verdade que a qualidade continua em alta. Pois bem, os mais puritanos podem regozijar, porque ONWARD é do mais original que pode existir (pelo menos à luz dos parâmetros do sécuo XXI). Dois irmãos – vozes na versão original de Tom Holland e Chris Pratt – partem à aventura, na tentativa de recuperar a memória (e algo mais) do seu falecido pai. Uma família de elfos, num mundo repleto de magia, fantasia, unicórnios, trolls, sereias, gnomos e dragões. Dan Scanlon (Monsters University) é o realizador de um filme recheado de humor, camaradagem e, segundo consta, alguns momentos tremendamente emocionantes!
Mantemos a emoção em alta, com o regresso de Ben Affleck ao grande ecrã. Ultrapassado o período Batman, o ator californiano volta a colaborar com o realizador Gavin O’Connor (The Accountant) numa intensa história de superação e redenção. Perdido para o alcoolismo, uma antiga estrela de basquetebol, regressa ao seu liceu para treinar a modesta equipa onde outrora brilhou, ao ponto de ter sido considerado uma das maiores esperanças do desporto, à escala nacional. A vida não tem sido simpática para Jack Cunningham, mas o regresso a “casa” parece realmente ser a sua última oportunidade. Se à partida THE WAY BACK parece apenas um filme sobre desporto e desportistas, as primeiras criticas falam de um intenso e muito bem interpretado drama, com um forte apelo emocional e humano. Às vezes, tudo o que precisa(mos) é de uma (segunda) oportunidade!
Baixamos a guarda e a intensidade, e aventuramo-nos em algo mais ligeiro. MY SPY coloca frente a frente, o calmeirão Dave Bautista com a pequena Chloe Coleman, numa comédia de ação para toda a família. Peter Segel (Get Smart, Grudge Match) é o realizador deste simpático filme sobre uma menina que coloca “na ordem” um poderoso agente secreto, depois e desmascará-lo em plena operação de vigilância. Na calha de filmes como Kindergarten Cop ou The Game Plan, a química entre os dois protagonistas parece ser realmente o principal polo de atração de um filme ligeiro que promete juntar toda a família numa sala de cinema, para 1h30m de diversão, humor e a dose certa de ação. Expetativas à medida! NOTA: Fomos informados que a estreia do filme foi adiada para abril.
Mas há, também, uma proposta para os fãs de ação da pesada, com um daqueles nomes incontornáveis do género, da última década. Vin Diesel está de regresso – ainda antes do 9º capítulo de Fast & Furious – para a adaptação à 7ª arte da novela gráfica com o mesmo título. Super soldado com incríveis capacidades de regeneração graças à infusão no seu sangue de nanopartícuas regeneradoras, Ray Garrison foi transformado numa arma de guerra. Sem memória do seu passado e impelido apenas para cumprir ordens, BLOODSHOT não parece compactuar muito com os seus “criadores”, e promete perseguir os responsáveis pela sua transformação. O estreante Dave Wilson é homem por detrás das câmaras, ele que é um especialista em efeitos especiais… uma das imagens de marca deste filme! A ver vamos se não estamos perante o início de mais um Universo Cinemático, desta vez baseado nos super-heróis da Valiant Comics. Pelo menos é essa a ideia.
Fechamos a antevisão com dois filmes baseadas em histórias verídicas. Como sabem, uma das nossas predileções. Primeiro, de volta à Guerra do Vietname. A minha geração pouco sabe ou conheceu dessa Guerra maldita no extremo oriente, mas cinematograficamente fica claro que a visão é tudo menos romântica. 34 anos depois do seu ato heróico, o paraquedista William H. Pitsenbarger recebeu a máxima honra militar pelo seu desempenho no palco de guerra. Mas a História de THE LAST FULL MEASURE não será tão simples quanto aparenta. Antes da condecoração, um jovem membro do congresso irá esgravatar a História em busca da verdade por detrás desse dia fatídico. Christopher Plummer, Samuel L. Jackson, Sebastian Stan, Jeremy Irvine, Ed Harris, William Hurt e o malogrado Peter Fonda, compõe um daqueles elencos que de tão fantástico já faria o filme, per si.
Fechamos, então, com outra história verídica. Desta vez bem mais leve e terna, e contemporânea. MILITARY WIVES é uma comédia dramática britânica sobre as mulheres de um destacamento de militares em missão no Afeganistão, que criam um coro para ocupar o tempo. Baseado na história verídica de vários coros de mulheres que ganharam tremenda projeção mediática no Reino Unido. O lendário Peter Cattaneo que à 23 anos chegou à noite dos Oscars com The Full Monty, é o realizador daquele que promete ser um dos filmes britânicos do ano. Kristin Scott Thomas e Sharon Horgan são as protagonistas, no papel de duas mulheres de militares que lideram um dos coros, até ao estrelato. Mas, nem tudo serão rosas, seguramente.
Um Lugar Silencioso 2, O Homem Invisível, ‘Bora Lá, Mulan, O Caminho de Volta, Verdade Debaixo de Fogo e Mulheres de Armas são distribuídos pela NOS Audiovisuais.
Peter Rabbit: Coelho à Solta e Bloodshot são distribuídos pela Big Pictures Films.
O Meu Espião é distribuído pela Cinemundo.
‘Bora Lá: 4*
Eu este ainda consegui ver no cinema e vi no cinema na versão legendada e gostei bastante, achei bastante emotivo mas não reconheci algumas das vozes.
Cumprimentos, Frederico Daniel.