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“Antebellum – A Escolhida” de Gerard Bush e Christopher Renz

Vamos por partes. O filme é fantástico.
Seguramente um dos melhores do ano!

E quem vos disser o contrário DEPOIS de ver o filme, tem naturalmente direito à sua opinião, mas convém perceber de onde ela vem.

Antebellum é, primeiro que tudo, um filme intimamente político, social e cultural. Um filme que não olha a meios para passar a sua mensagem e por muito hiperbólica que esta seja, fará no mínimo com que questionemos os olhos com que olhamos o mundo à nossa volta.

Mas Antebellum tem também os seus defeitos. O primeiro é a dificuldade em chegar ao seu público alvo. Uma geração habituada à informação instantânea, tem uma extrema dificuldade em entrar numa sala de cinema sem saber ao certo ao que vai. Especialmente quando a promessa é uma mistura de fantasia com escravatura e racismo. Que pena.

Mesmo agora, semanas depois da sua estreia mundial, pouco se sabe sobre o filme. E ainda bem, porque a experiência de ver Antebellum só é plena que tivermos a coragem de entrar, sem saber ao certo ao que vamos. E se depois, eventualmente, se sentirem defraudados, conversamos.

Por esta altura já todos saberão que o enredo do filme é marcado por um twist, um daqueles que nos obriga a rever mentalmente a larga maioria da história, para além de adensar a mensagem que pretende passar. Só vendo para crer!! Porque tem realmente tanto de surpreendente como de desconcertante.

No meio disto tudo encontramos Janelle Monáe. A atriz, cantora e apresentadora já tinha dado nas vistas na 7ª arte, mas desta vez assume plenamente as rédeas da ação e da história. Sem apelo nem agravo, alternando estilos, ritmo e intensidade, consoante as exigências do filme, a protagonista é omnipresente, omnisciente e omnipotente. Falta apenas a nomeação aos Oscars.

Verónica é uma mulher de sucesso. Negra, inspiradora, revolucionária, a socióloga quebra estereótipos numa América demasiado marcada por um passado racista, machista e xenófobo.
Eden tenta sobreviver numa plantação de algodão onde os escravos negros são tratados como objetos. Neste microcosmo da América confederada as maiores atrocidades são cometidas, em prol de um ideal social e cultural totalitário e parcial.
Algo une estas duas mulheres, de uma forma indescritívelmente intensa e supreendente.

Basta um pouco de coragem e de confiança.
NÃO SE VÂO ARREPENDER.
Palavra de Doces ou Salgadas?

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