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“Ninguém (Nobody)” de Ilya Naishuller

Foi Tãããããão BOM!!
Foi mesmo.

Se 2020 (e 2021, já agora) fosse um filme, nós só queríamos ser Hutch!
Para quem não teve (ainda) o prazer de ver este Nobody é fácil de resumir, numa frase. Bob Odenkirk a partir TUDO.

Não me recordo de sair da sala de cinema tão agradado com aquilo que tinha acabado de ver. Era mesmo isto que eu queria, parafraseando apropriadamente um querido familiar meu.

O filme tem dois momentos completamente distintos. Os primeiros 10 minutos, em que assistimos à pachorrenta existência de Hutch e da sua família… e TUDO o que se segue após esses 10m.

E se muito se pode dizer sobre a versão acelerada de Hutch, seria injusto não destacar igualmente a capacidade de Odenkirk e Ilya Naishuller para nos entediar durante esse melancólico prólogo. Ao ponto de, a dada altura, até a nós apetecer (em teoria) esmurrar uns arruaceiros armados em idiotas.

Estabelecida a dicotomia, o filme é irrepreensível na forma como garante o constante crescendo de intensidade, humor e coerência narrativa, durante os demais 82 minutos. Vemos, tanto o argumento como o seu protagonista, evoluírem com total clarividência e, mais natural do que isso, só a sua apetência para se superarem e nos surpreenderem.

Hutch é o típico marido suburbano. Com um emprego, 2 filhos e uma esposa que pouco ou nada lhe ligam. A situação fica ainda pior quando durante um assalto à sua casa, Hutch opta por não se defender, nem à sua família, deixando os assaltantes fugir. A partir daí algo adormecido acorda. E não vai ser bonito de se ver!

Na prática sentamo-nos na fila da frente de uma montanha-russa de emoções e lacerações e lá vamos nós! Mas, e aí reside o grande prazer desta viagem, o humor, negro, corrosivo e sarcástico não nos/o abandona!
Por vezes para disfarçar algum nervosismo miudinho, mas quase sempre provocado por um enredo certeiro, damos por nós a soltar sonoras gargalhas.

Não sei se se pode considerar um guilty pleasure, até porque Hutch é um gajo porreiro e correto (ainda que só até certo ponto) mas a sua postura de anti-herói enfastiado – só possível pelo brilhante desempenho de Odenkirk – resulta na perfeição.

Foi TÃO BOM!
Mesmo.

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