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“O Esquadrão Suicida (The Suicide Squad)” de James Gunn

Não sei o que me surpreendeu mais. Se os excessos visuais de James Gunn ou a forma desconcertante como a história evolui!

Fica claro que Gunn teve “carta branca” para fazer de The Suicide Squad o que quisesse. O que é bem mais fácil de permitir/fazer quando estamos perante super-vilões, ao invés de super-heróis. As personagens vão sendo construídas e desconstruídas à mesma velocidade que uma cabeça rola pelo chão ou um braço surge desfigurado.

Mais do que o destino (de cada um), o que realmente interessa é mesmo a história. Bem, a história pouco interessa, também. O filme vale mesmo é pela viagem. E que viagem!

Gunn recupera algum do espírito que David Ayer trouxe para a série, mas nitidamente em esteroides. Cada momento é empolado, ampliado e extravasado com o propósito único de escandalizar e … BUMMM!

Viola Davis e Margot Robbie e Joel Kinnaman (vá lá, e Jai Courtney) retornam a Amanda Waller, Harley Quinn e Rick Flag, respetivamente, mas o demais elenco é novato nestas maluqueiras. Entre as surpresas e as escandalosas opções narrativas, o enredo tenta fazer o máximo sentido possível, mas, reconheça-se, sem grande esforço ou convicção. Mas pouco interessa quando vemos este banco de super… idiotas interagir da forma mais suicida possível.

Curiosamente a grande surpresa do filme acaba por ser mesmo a nossa Daniela Melchior. Sem nunca dar muito a entender, quer no material promocional, quer mesmo durante largo período do próprio filme, a atriz portuguesa assume papel de relevo durante grande parte do filme, deixando no ar a sensação que voltaremos a vê-la muito em breve de volta a Ratcatcher 2… e, sobretudo, em novos projetos Hollywoodescos.

Quanto à história – a lembrar os argumentos tipo série B dos afamados anos dourados de Stallone ou Schwarzenegger – retomamos a acompanhar Waller e a sua Task Force X em ação, nomeadamente, encontrando outro grupo de vilões super-esquisitos para travar as suas batalhas. E o resultado é tão grotesco quanto (in)imaginável.

Vale TUDO para mostrar o potencial de um conceito que junta num mesmo filme malta tão poderosa, maligna e idiota como esta. Talvez Gunn tenha exagerado um pouco na dose, mas em momento algum duvidamos que a intenção final era precisamente essa.

Goste-se (muito) ou não, é realmente impossível ficar-lhe indiferente.
Para o bem, e para o mal.

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