“Respect” de Liesl Tommy
Aretha é ENORME. Jennifer Hudson é talentosíssima. Respect fica aquém do esperado (e desejável)!
A curiosidade perante a obra de Aretha Franklin é por demais evidente e profundamente explorada por Liesl Tommy, mas ao invés de contar (um)a história, o filme opta por valorizar o desempenho da sua protagonista em episódios reveladores, mas algo confusos e imprecisos da vida da eterna rainha do soul.
Sobretudo, fica a sensação que mesmo com outras protagonistas, já vimos (na vida real) esta história em algum lado. E dúvidas houvesse, as últimas imagens do filme… mostram que Aretha era realmente um fenómeno à parte!
Por entre os mutos sucessos da cantora, vamos acompanhando seu percurso até à fama. Bem precoce Aretha começou a dar nas vistas, quer pelos seus dotes vocais, quer pela explosiva e controversa vida pessoal e familiar. Curiosamente seu caminho foi bem mais tortuoso do que seria de esperar, especialmente tendo presente os seus dotes musicais e o seu instrumento vocal. Até que a fama lhe chegou da forma mais inesperada e conflituosa possível, apenas para perder (quase) tudo…
Jennifer tem o talento e a presença para acompanhar Aretha tanto nos momentos mais dramáticos, como nos ais musicais, mas várias vezes ficamos perdidos por entre um enredo errático e sensaborão. Mais do que uma cantora, Aretha foi é uma figura incontornável da cultura e sociedade norte-americana! E temos de esperar pela última cena (real) para o compreender na plenitude!
O seu legado perdurará e Respect pode muito bem valer novo Oscar a Hudson (a nomeação, parece, por agora, óbvia!), mas fica a sensação que se perdeu uma fantástica oportunidade para elevar (ainda mais) o nome e obra de Aretha.
Para terminar, uma palavra para Forest Whitaker. Com um desempenho irrepreensível no complexo papel do pastor C. L. Franklin, pai de Aretha, fica na retina todo o talento de um ator que merecia bem mais respeito pela Indústria.
Cantamos, sorrimos e sofremos (muito) com Aretha e por mais bizarro que possa parecer, até ansiamos por uma sequela, tal a vastidão da obra e vida da artista e, sobretudo, pela disparidade entre o potencial e resultado final deste filme.