Passatempos

Home » Estreias » “007 Sem Tempo para Morrer (No Time do Die)” de Cary Joji Fukunaga

“007 Sem Tempo para Morrer (No Time do Die)” de Cary Joji Fukunaga

Na impossibilidade de rever em tempo útil os últimos 4 filmes da saga James Bond (protagonizados por Daniel Craig), optei por reler as críticas publicadas aqui no Doces ou Salgadas?, a respeitos dos mesmos. De Casino Royale a Spectre, passando por Quantum of Solace e Skyfall ficaram-me evidentes 3 ou 4 ideias a propósito da evolução recente do franchise durante a era Daniel Craig.

Primeiro que tudo a continuidade narrativa dos filmes, como se de uma mesma e intrincada história se tratasse. Segundo, a evolução qualitativa dos desempenhos do seu protagonista e, sobretudo, do nosso apreço pelo ator inglês. Terceiro, o crescendo narrativo da saga, homenageando e acrescentando ao legado do maior franchise da história do Cinema, reconhecendo o seu passado e adicionando-lhe valor e paixão. E, por fim, a ideia que o James Bond de Daniel Craig não podia terminar com Spectre.

Bem, quanto ao último quesito, No Time do Die é a prova viva que tínhamos (toda a) razão! Pensado, construído e preparado com invejável minucia, é praticamente impossível discordar do sucedido. Quanto aos restantes pontos, fica evidente que não estávamos sozinhos na forma como vimos o desenrolar do franchise nas duas últimas décadas.

Este 5º filme é, assim , o corolário de tudo o que o 007 de Daniel Craig viveu! Esse legado habilmente construído ao longo de 5 filmes, deixa quase que uma obrigação para o futuro do franchise. Não será mais suficiente repetir personagens e protagonistas de um filme para o outro. O público está “viciado” na continuidade narrativa e só assim aceitará o “novo” Bond e, sobretudo, os próximos capítulos da saga.

Do desenlace de Spectre encontramos Blofeld (Christopher Waltz) encarcerado e Bond (e Madeleine) a tentar expurgar os demónios do passado, ao mesmo tempo que tenta viver uma nova vida. Mas o passado tem uma estranha tendência para se intrometer nos planos do agente secreto mais famoso do mundo, tal como os seus maiores amigos e inimigos! De Itália à Jamaica, passando por Cuba, Noruega e o Mar do Japão, Bond está de regresso aos seus melhores dias, neste farewell tour recheado de ação, emoção, revelações e decisões.

Para lá do desenlace da história iniciada em Casino Royale, a intriga deste No Time do Die garante uma elevada dose de tensão e adrenalina ou não estivéssemos perante uma saga que tem vindo a redefinir o género, ao longo de mais de meio século.

De qualquer forma, pelo menos desta vez, o principal trunfo do filme é mesmo a imprevisibilidade do enredo, as surpresas, twists e revelações de uma aventura com 5 capítulos. Nunca nos sentimos tão próximos de James Bond como agora. Se em Casino Royale (vide crítica) era evidente que estávamos perante um herói de carne e osso, fica claro que as emoções estão definitivamente à flor da pele, que as decisões têm consequências e que o futuro só pode ser incerto.

Há imagem de Skyfall (vide crítica), o filme culmina com a certeza que o futuro está ali ao virar de uma porta e que um brinde pode representar muito mais do que o fim de um ciclo!

Palavra final para Billie Eilish (e FINNEAS). Estamos (bem) longe de sermos fãs incondicionais da moça e do rapaz mas um ano depois de ter sido lançada (meros dias antes do adiamento da estreia do filme), é inegável que a música resistiu ao desgaste do tempo e continua a soar de forma harmoniosa e legítima.
E depois de ver o filme, AINDA MAIS!

About

Já vão 16 anos desde que começámos este projeto. Expandimos para o facebook, para o twitter, para o youtube para o instagram e agora temos um site personalizado. Publicamos crítica, oferecemos convites e partilhamos a nossa paixão pelo cinema. Obrigado por fazeres parte dela!

Leave a Reply