“Deus Não Quis” de António Ferreira
oh laurindinha, vem à janela
oh laurindinha, vem à janela
ver o teu amor, ai ai ai que ele vai p’rá guerra
ver o teu amor, ai ai ai que ele vai p’rá guerra
Ele torna a vir, se Deus quiser
Ele torna a vir, se Deus quiser
Ainda vem a tempo, ai ai ai de arranjar mulher
Ainda vem a tempo, ai ai ai de arranjar mulher
Aí está o mote para a curta-metragem de António Ferreira, exibida como complemento ao filme La journée de la jupe um pouco por todo o país.
Depois de Arena, as curtas portuguesas voltam a encontrar espaço no circuito comercial nacional, desta vez com uma obra mais “normal” (i.e. com princípio, meio … e fim!).
Partindo da cantiga popular portuguesa Laurindinha, nasce a história de um amor (im)possível, com a guerra colonial como pano de fundo.
No interior do país, um jovem casal vive as angústias da separação, preparando-se para a partida dele para o serviço militar em África. Resta saber Se Deus vai Querer que ele volte para casa para arranjar mulher.
Através das imagens e das expressões do duo de protagonistas podemos perceber muitos dos seus sentimentos e pensamentos enquanto a própria paisagem vai funcionando como confidente desse amor.
São 15m que deixam muito por contar mas que são precisos na sua utilização, revelando o essencial e mantendo os espectadores presos até ao último frame.
Em suma, um belo exemplo de como o cinema nacional não necessita de ser artístico/inacessível para ser bom.
Deus Não Quis: 3*
É um filme interessante, mas é apenas bom.
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