“A Princesa e o Sapo (The Princess and the Frog)” de Ron Clements e John Musker
Grande “Noite dos Oscars 2010” nos Cinemas Zon Lusomundo do Parque Nascente.
Restrito a convidados e limitada a maiores de 16 anos. Exibição dos Melhores Filmes no Ano, na sua totalidade nomeados aos Oscars que seriam entregues poucas horas depois.
Um dos nomeados ao Oscar de Melhor Animação e duplo nomeado para a categoria de Melhor Canção Original! O cenário parecia idílico porém, alguém lá tomou a parva e injustificável decisão de exibir a versão dobrada do filme… por esta não esperava!
Mas se não deveria haver crianças com menos de 16 anos nas salas, se o filme trazia na bagagem as suas 2 nomeações para Canção Original, porque carga de água é que esta gente achou boa ideia exibir o filme em português?
Como diria o meu caro Marco Chagas a propósito de um espectador que “atropelava” um ciclista em plena Vuelta, “Isto há idiotas de todas as nacionalidades!“
The Princess and the Frog marca o regresso da Disney ao cinema “artesanal”, onde os computadores e outras tecnologias (3-D) foram colocados de parte, em nome do bom espírito familiar de outros tempos.
E é essa, de longe, a grande virtude deste filme. A sua capacidade de nos transportar para outros tempos, onde a magia dos Estúdios do Rato Mickey encantava pequenos e graúdos e mostrava que a arte do cinema podia assumir diferentes formas, conteúdos e ilusões.
O problema é que os tempos são outros. A (re)evolução do cinema de animação está ao alcance (visual) de qualquer um e as novas tecnologias proporcionam um nova e retemperada experiência.
Claro que, tal como exaustivamente defendo em todos os comentários, tudo passa por um bom e inovador argumento, mas nem aí o filme soube cativar os seus espectadores.
Restam as músicas, o humor e a moral da história (mas, em português, tudo parece demasiado infantil e distorcido da “realidade”. Bem mas sobre isto está já tudo dito!
Pegando na intemporal magia da alegre cidade de New Orleans e do seu famoso Carnaval, o filme adapta o mítico conto da Princesa e do Sapo, sempre ao ritmo do jazz e da macumba, típicos daquele local mítico e extrovertido.
Encontramos Tiana, uma humilde trabalhadora que tem o sonho de abrir o seu próprio restaurante e Charlotte, a filha do um dos mais abastados cavalheiros da cidade, Mr. La Bouff.
Apesar das suas diferentes origens as 2 são amigas desde pequeninas.
A cidade vive em pleno clima de euforia com a chegada do Carnaval e torna-se entusiástica (especialmente para Charlotte) com a chegada do Príncipe Naveen, o jovem herdeiro de um trono africano que aprecia (e de que maneira) a festa, a pandega e uma boa “paquera”!
Porém, um feitiço irá transformá-lo num sapo e quando ele tenta aproximar-se de Tiana para obter o beijo mágico que lhe devolverá a normalidade, o impensável acontece.
Honestamente fica a ideia que a tecnologia está obsoleta!
Tal como todos nós, as crianças (o público-alvo por excelência do cinema de animação) exige cada vez mais e melhor e quando comparada com a animação computadorizada e a 3-D, os “desenhos manuais” soam a cinema do século passado!
Talvez em inglês a coisa até se componha… de outra forma, na versão portuguesa, fica apenas um cheirinho desconsolado!
AboutClaudio Sousa
Já vão 16 anos desde que começámos este projeto. Expandimos para o facebook, para o twitter, para o youtube para o instagram e agora temos um site personalizado. Publicamos crítica, oferecemos convites e partilhamos a nossa paixão pelo cinema. Obrigado por fazeres parte dela!
