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“Biutiful” de Alejandro González Iñarritu


Iñarritu conquistou fama e fortuna como realizador de um fantástico trio de filmes (Amores Perros, 21 Grams e Babel). No entanto, havia um nome que não se podia dissociar o seu sucesso, o do seu amigo e argumentista Guillermo Arriaga, colaborador em todas as obras mencionadas.
Até que as comadres se zangaram e cada um seguiu o seu caminho…

Arriaga estreou-se na realização com The Burning Plain, uma obra preciosa mas que pecava pela simplicidade com que era filmada.
Iñarritu dedicou-se de corpo e alma a este Biutiful, um filme que transparece todo o seu talento como realizador… mas que deixa a nu as suas lacunas como contador de histórias (i.e. argumentista).

Pegando numa das mais bonitas cidades da Europa, Iñarritu transfigura Barcelona por completo, recusando o ar idílico a que estamos habituados (e que Woody Allen tão bem explorou) e atirando-nos “à cara” todos os seus podres e os seus parasitas.

Temos os vendedores de rua, a corrupção policial, a exploração de emigrantes, o tráfico de droga, os sacrifícios, os agiotas e o espirituosos. No meio deste cenário temos Uxbal (que fantástico desempenho de Javier Bardem!), um homem cheio de defeitos mas que nunca se negou a providenciar o melhor futuro possível para os seus 2 filhos.

Enquanto gere os seus negócios clandestinos, Uxbal tem de lidar com a sua ex-mulher (Maricel Álvarez), os seus amigos da rua, o seu irmão (Eduard Fernandéz) e tenta, sobretudo, garantir a educação dos seus filhos, Ana (Hanaa Bouchaib) e Mateo (Guillermo Estrella).
No meio deste seu mundo sujo e interesseiro, ele terá ainda que lidar com os seus próprios problemas que o arrastam para um fado que lhe é demasiado familiar.

Ao contrário do que é habitual na obra de Iñarritu, a opção, deste vez, não passou pelo cruzamento de diferentes histórias que se interligariam num ponto sublime. Ao invés, o filme segue incessantemente o percurso de um poderoso e angustiante Bardem, numa história acutilante e tenebrosa.

É com elevadíssima mestria que o realizador mexicano filma cada pedaço deste retrato doloroso de uma existência sobre humana. No entanto, no meio de tantas pequenas histórias, damos por nós perdidos com a ausência de um enredo transversal que sirva de motor para o filme.
Sente-se a necessidade em contar muitas coisas, em conjugar muitos sub plots, mas nunca com a naturalidade que seria exigível a uma obra de qualidade inquestionável.

Bardem é mágico (e justifica facilmente a nomeação aos Oscars), Iñarritu sublime (confirmando todo o seu talento) mas falta aquele click que o tornaria numa obra suprema!

Que tal iniciar uma petição para que Iñarritu e Arriaga façam as pazes e voltem a trabalhar juntos?

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  1. este é dos proximos que irei assistir.Parece mto bom

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