“Os Pinguins do Sr. Popper (Mr. Popper’s Penguins)” de Mark Waters

Já lá vai algum tempo… mas havia outros assuntos a resolver!

Contornada a questão da dobragem (que mal terá feito Jim Carrey para merecer tal recepção no nosso país!), o filme acabou por se revelar uma boa surpresa! É verdade que o actor canadiano está longe dos seus tempos áureos (de The Mask ou Truman Show) mas nisto de comédias familiares não haverá muito melhor, nos nossos dias.

A tal dobragem daria a entender que estaríamos perante um filme totalmente infantil mas não será, de todo, o caso!

A malta do Polo Sul faz um bocadinho de sujidade (escatológica) a mais, porém, é tudo regado por um humor suficientemente controlado para nos fazer sorrir alegremente.

Após uma infância marcada por um pai ausente, Mr. Popper (Carey) não será necessariamente o progenitor mais atencioso, mergulhado num divórcio amigável e numa carreira meteórica. Mas tudo (literalmente!) está preste a mudar quando o seu falecido pai lhe faz chegar (por via do testamento deixado) um irrequieto… pinguim!

E como um “mal” nunca vem só outros se seguirão até que Popper será obrigado a repensar as suas prioridades…

Para além do tom cómico e louco, “normal” na obra de Carrey, Mark Waters teve a preocupação de tentar transmitir uma mensagem de alerta e esperança para uma sociedade que tem como paradigma fundamental o sucesso pessoal – egoísta e narcisista!

Waters tem deambulado pela comédia ligeira na última década, alternando filmes louváveis (como Mean Girls) com outros totalmente intragáveis (o inexplicável, Ghosts of Girlfriends Past). Desta vez, o realizador do Michigan parece ter recuperado um pouco da (auto-)estima do público e crítica, com um filme que não encanta mas que deixa um sorriso na cara de todos os que esperaram pela noite para o ir ver…

Jim Carrey terá de fazer um pouco mais (e melhor) para recuperar o estatuto de outros tempos. Para já será apenas o suficiente para encantar o seu… neto (sim, ele já é avô!).

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