“Diário de uma Nanny/The Nanny Diaries” de Shari Springer Berman e Robert Pulcini

Simpático!
Se pudesse utilizar apenas uma palavra para descrever este filme, seria esta.

Durante pouco mais de 1h30 sentimos uma paz natural de quem está a ver uma pequena história, com um bocadito de comédia, uma pitada de romance e a dose certa de retrato sociológico ou, mais adequado aos gostos Annie Braddock, antropológico.

Scarlett Johansson é precisamente Annie Braddock, uma jovem licenciada em gestão, oriunda de uma família humilde de New Jersey, com algumas dúvidas em relação à sua carreira profissional. Dividida entre a exigente carreira na área financeira e os estudos antropológicos, Annie acaba por se tornar a nanny de uma rica família da zona central de Manhattan.
Passado o período do encanto, ela deparar-se-á com uma realidade que desconhecia por completo, tornando a sua experiência num óptimo estudo de caso para a sua vocação antropológica. Conhecer de perto uma “sociedade” completamente restrita e inimaginável permite-lhe, finalmente, descobrir a sua vocação … e muito mais.

Como contrapeso à doçura de Annie temos dois actores de bastante qualidade, Laura Linney e Paul Giamatti, no papel do casal disfuncional, os X’s, para quem ela irá trabalhar. Num tom ácido os dois respondem com desempenhos interessantes ainda que muito secundários, sendo por vezes difícil de acredita se tais pessoas poderiam existir na realidade. Talvez aqui resida o grande calcanhar de Aquiles do filme…

No final a dupla responsável por American Splendor (poucos de vocês devem saber do que falo mas recomendo vivamente a verem um cinema diferente) assina um filme modesto, com algumas tiradas bem certeiras mas que vive sobretudo da presença de Scarlett Johansson.

Não deixa de ser um bom entretenimento mas podia ter arriscado mais um pouco e ter-se tornado num completo retrato antropológico e não num mero ensaio!

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