“O Estranho Caso de Benjamin Button (The Curious Case of…)” de David Fincher
E a cortina continua a levantar-se perante os melhores do ano. Desta vez, a grande promessa (ver antevisão) e DESILUSÃO dos Golden Globes deste ano!
Após as repetidas referências às anteriores colaborações (Se7en e Fight Club) entre Brad Pitt e David Fincher parece-me importante começar por aí mesmo, esclarecendo que Benjamin Button está nos antípodas destes 2 filmes em termos de género … mas não em termos de qualidade!
Apesar do seu prenúncio invulgar (um homem que rejuvenesce em vez de envelhecer) Benjamin Button é, na sua essência, uma doce história de amor. A história de um homem e de uma mulher que ultrapassam os mais bizarros obstáculos e preconceitos para viverem a paixão de uma vida!
Ao longo de mais de 2h30, encontros e desencontros vão acompanhando a vida de Benjamin Button (Pitt) e Daisy (Cate Blanchett) enquanto seguem o seu percurso e o seu rumo próprio, numa procura incessante pelo seu “eu” e … pelo outro!
Mas se a história (e o argumento de Eric Roth) já “mexe”, e de que maneira, com muitas emoções, que dizer do aspecto visual do filme. À partida seria difícil de afirmar a sua exaustiva presença, tal a subtileza e qualidade dos efeitos especiais e caraterização mas se pensarmos que ambos os protagonistas (e demais personagens) são retratados (e protagonizadas pelos mesmo actores), ao longo de 2 ou 3 décadas, com a mesma autenticidade e normalidade com que uma pessoa envelhece (ou rejuvenesce), aí percebemos o feito deste filme!
E os elogios não se ficam por aqui. A montagem, a fotografia, a direcção artística, ajudam a compor um filme quase completo!
Quase, porque lhe falta algo, talvez um climax, talvez uma revelação, talvez um choque ou uma arrebatação, talvez um twist ou uma explicação. Por ventura, algo que nos diga que se trata, efectivamente, de um filme e não da vida real!
Finalmente que dizer de Brad Pitt e Cate Blanchett? Pelo que tenho lido o Oscar será uma miragem (perante outos desempenhos memoráveis este ano) mas a nomeação será o prémio mais que merecido para 2 actores de qualidade indescutível.
David Fincher deixou de ser apenas um cineasta de culto (e de um cinema mais restrito), agora é também um realizador (amado por) de todos nós!
AboutClaudio Sousa
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