“O Visitante (The Visitor)” de Thomas McCarthy

Ainda antes da entrega dos Oscars tive oportunidade de assistir a mais 2 filmes candidatos aos prémios da Academia.

O 1º trata-se de uma obra sensibilíssima que aborda um tema igualmente delicado e que valeu a Richard Jenkins a sua 1º nomeação como Melhor Actor, aos 61 anos.
O veterano actor (presença assídua no cinema dos irmãos Coen) já tinha este ano despontado ao lado de Brad Pitt e Frances McDorman no peculiar Burn After Reading.

Curiosamente esta singela obra do cinema independente norte-americano, terá já estreado em 2007. Efectuando em seguida, o longo percurso de festivais e pequenas salas, até culminar nos Independent Spirit Awards (em vésperas dos Oscars), com o prémio de melhor realizador para Thomas McCarthy.

Walter Vale (Jenkins) é professor numa Universidade no Connecticut, onde vive arredado de tudo e todos, cumprindo um longo e intenso luto após a morte da sua mulher.
Uma viagem a New York, para participar numa conferencia onde apresentará o seu último livro, irá alterar definitivamente as suas rotinas. No seu apartamento vive um jovem casal oriundo do Médio Oriente, convencidos de estarem a arrendar a casa a um amigo (do alheio).
Tarek (Haaz Sleiman), originário da Síria é músico, Zainab (Danai Gurira), nigeriana, vive da pequena bijuteria criada por ela própria.
O seu espírito libertino e a sua frágil situação no país irão despertar em Walter sentimentos que este imaginava escondidos para sempre. Essa amizade irá mudar a vida de todos… para melhor!?
Depois de conquistar um BAFTA pelo argumento do seu 1º filme, The Station Agent, McCarthy confirma, agora, os seus dotes como realizador. Extrema sensibilidade, enorme coragem e criatividade, permitem transformar poucos recursos em obras cativantes e mesmo viciantes, em que o ser humano assume pleno destaque.

Com o terminar do mês de Fevereiro vão estreando no nosso país (com pouca ou nenhuma promoção, deva-se dizer!) os bons filmes do cinema independente made in USA.
Depois de Rachel Getting Married, temos este The Visitor a que se seguirá, já esta semana, The Wrestler.

Como em qualquer indústria a falta de recursos (e consequentemente de divulgação) leva a que certos produtos, de elevada qualidade, sejam restritos a um pequeno grupo, neste caso aquele que segue, bem de perto, as escolhas para os melhores do ano.
Felizmente a disponibilidade permite assistir a alguns desses filmes!

É GRANDE o cinema independente!

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