“Sucker Punch – Mundo Surreal” de Zack Snyder
Zack Snyder… em pouco mais de 5 anos tornou-se numa referência do (novo) cinema norte-americano!
Fruto de uma grande aposta na vertente visual da 7ª arte, dos quais 300, Watchmen e Legend of the Guardians são exemplos máximos, o realizador do Wisconsin criou um portfolio fantástico… e muito próprio!
Sucker Punch é mais um pilar no seu estilo hiper-visual mas agora com o cuidado de acrescentar algo em termos de complexidade e densidade estrutural. No entanto, ao contrário do que seria de esperar, o filme não atinge a qualidade das anteriores obras do autor.
O malabarismo narrativo podia ser apontado como o principal ónus de uma obra a quem falta um rumo mais preciso e entusiasmante. Mas, em verdade, sente-se que a principal fraqueza do filme está na sua intenção em tornar-se grandioso sem antes garantir se os mais básicos elementos são cumpridos.
Bem sabemos que a nova tendência em Hollywood passa por apostar em protagonistas femininas como heroínas de filmes de acção, tentando misturar a sua sensualidade com uma certa garra e dureza improváveis no sexo “fraco”. Ainda assim são poucos os casos em que tal combinação tem funcionado plenamente! Talvez não esteja, realmente, na sua natureza!
Após a morte da sua mãe e da sua irmã mais nova, Baby Doll (Emily Browning) é internada pelo seu padrasto numa clínica psiquiátrica onde outras jovens lutam pela sanidade… e pela sobrevivência.
Num mundo paralelo e imaginário, Sweet Pea (Abbie Cornish), Rocket (Jena Malone), Amber (Jamie Chung) e Blondie (Vanessa Hudgens) irão juntar-se a Baby Doll com o objectivo de garantirem a sua liberdade! Mas num mundo tão volátil nem sempre o melhor plano pode dar garantias de sucesso…
Desenrolando-se em vários níveis espirituais e visuais, o grande trunfo do filme reside na audácia do realizador em misturar conceitos, ideias e tecnologias. De pontos de vista visual o filme é um passo em frente relativamente às anteriores obras do realizador mas sem alma, nem mesmo o objectivo mais sedutor consegue ter sucesso.
Faltou brilho a uma obra que se pretendia nebulosa (mas não em todos os sentidos!).
Snyder terá, agora, possibilidade de confirmar o seu talento no mais que aguardado rebot do Homem de Aço (a.k.a. Super-Man!).
Por enquanto prefiro recordá-lo como o realizador de 300!
… Watchmen!
… ou Legend of the Guardians!