Passatempos

Home » Estreias » “A Árvore da Vida (The Tree of Life)” de Terrence Malick

“A Árvore da Vida (The Tree of Life)” de Terrence Malick


Apesar da minha tenra idade (para cinéfilo!) tive já a oportunidade de assistir aos 2 filmes anteriores de Terrence Malick (The Thin Red Line e The New World) numa sala de cinema!

Diferente seria o mínimo que se poderia dizer a respeito da sua obra, muito embora o seu ensaio sobre a 2ª Guerra Mundial (e as batalhas do Pacífico) se revelasse uma obra bem mais acutilante e marcante do que a sua tentativa de expor o “novo mundo”, descoberto há alguns séculos em solo americano.

Longe de ser consensual (será que alguém o é?), o auto-recluso realizador norte-americano, gozava de um reconhecimento invejável numa indústria aglutinadora que (a meu ver) resultava, sobretudo, da forma poética como abordava cada cena, cada plano, cada momento!

Mais preocupado com a forma do que propriamente com o conteúdo, as obras de Malick têm em comum o seu carácter intemporal e disperso, permitindo a cada um de nós a sua visão e a sua reflexão perante um produto que parece (geralmente) inacabado!

Antes de ser um filme The Tree of Life é, exactamente, uma reflexão (pessoal e intransmissível) sobre a origem, o significado e o destino de cada um de nós! Mas o realizador não se contenta em contar “a sua história”, ele obriga cada um de nós a deixar/achar o seu pedaço!

Anos 50, um pai austero mas justo (Brad Pitt) tenta incutir de forma rude e restritiva um espírito de sobrevivência ao seus três rapazes, enquanto a mãe deles (Jessica Chastain) prefere uma abordagem totalmente distinta e bem mais calorosa. Este conflito irá viver para sempre no espírito dos seus filhos, obrigando-os a uma constante redefinição dos seus princípios e da sua personalidade.
Anos mais tarde encontramos o seu filho mais velho (Sean Penn) num momento delicado da sua vida, mas no qual ele irá finalmente lidar com alguns dos “fantasmas” que o atormentavam.

Como filme, The Tree of Life vale pela história sublime que o povoa mas que não chega a ser explorada convenientemente, deixando a ideia que poderia ser sido algo realmente majestoso.
Como ferramenta de instrospecção e de reflexão, o filme ajuda a cimentar a obra superior de um realizador ímpar (no bom mas, também, no mau sentido da palavra!).

A Palme d’Or em Cannes é apenas mais um reconhecimento da excelência da obra de Malick mas será, igualmente, mais uma confirmação da essência artística da obra do mais europeu dos realizadores norte-americanos!

Apenas recomendado a cinéfilos… de qualquer idade, género ou religião!

Site Oficial
Trailer

About

Já vão 16 anos desde que começámos este projeto. Expandimos para o facebook, para o twitter, para o youtube para o instagram e agora temos um site personalizado. Publicamos crítica, oferecemos convites e partilhamos a nossa paixão pelo cinema. Obrigado por fazeres parte dela!

Leave a Reply