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“A Rapariga que Roubava Livros (The Book Thief)” de Brian Percival


Poucas vezes vemos retratado no cinema o “outro lado” da II Guerra Mundial. Estamos habituados ao heroísmo norte-americano ou britânico, ao sofrimento polaco ou austríaco e ao indescritível martírio dos judeus e demais perseguidos por uma doutrina extremista.

No entanto, na Alemanha Nazi, independentemente das suas crenças político-sociais, viviam, igualmente, pessoas – muitas delas opositoras do regime – que sofreram as amarguras de uma guerra sem fronteiras. Alguns desses alemães foram, também, heróis. É isso que este filme reproduz.

Baseado no premiado romance do australiano Markus Zusak, The Book Thief é um drama preciso e emotivo que mostra o outro lado de uma Alemanha desbastada pela Guerra e perdida entre a propaganda nacionalista e o mais elementar sentimento humano. Homens, mulheres, crianças, pequenas vilas ou grandes cidades, a Guerra não escolhe “alvos”. De uma forma ou de outra todos acabam por se ver envolvidos numa fatalidade imprevisível.

O narrador apresenta-nos as personagens principais. Uma menina (Sophie Nélisse) que é entregue numa família adoptiva após um trágico incidente. Os seus “novos pais”, ele (Geoffrey Rush) mais humano e quente, ela (Emily Watson) mais robusta e fria mas cada um à sua maneira com um coração enorme.
Num período caótico da sociedade alemã, uma jovem menina irá descobrir as letras, as palavras, a amizade e a ternura daqueles que, como ela, não têm culpa do que está a acontecer na Europa, e na sua vila.
Até quando perdurará a sua perseverança?

Sem grandes sobressaltos, nem revelações, a verdade é que a obra de Brian Percival evolui de forma surpreendente, guiando-nos por entre um labirinto de emoções e ações, que não estaríamos à espera. O realizador britânico não deslumbra mas deixa no ar a ideia de que o romance é realmente algo de especial.

De lágrima no canto do olho saímos na sala com a certeza que o período mais negro da História mundial fez “vítimas” um pouco por toda a parte. De forma mais direta ou indireta ninguém ficou indiferente. A única diferença é que alguns tornaram-se (pequenos) heróis.

A força das palavras (e da imaginação) é expressa de forma simples e concisa.
E nem a Morte consegue esconder a sua admiração…

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