“Aproveita a Vida Henry Altmann (The Angriest Man in Brooklyn)” de Phil Alden Robinson

Arrisco-me a dizer que em condições normais este The Angriest Man in Brooklyn não chegaria às salas de cinema do nosso país… mas não estamos, indubitavelmente, perante uma situação normal.

Robin Williams ficará na mente de todos os nós como um ator ímpar, um cómico de excelência, uma “personagem” memorável. Não é só o Oscar (por Good Will Hunting), é uma interminável série de alter-egos que associaremos, para sempre, ao nome do ator natural de Chicago.

Henry Altmann não será a sua mais brilhante despedida (nem o serão, aparentemente, os seus restantes filmes) mas, ainda assim, não deixa de ser um epílogo concludente… com traços de premonição, inclusive.

Henry (Williams) é um homem amargurado, zangado com a vida e intragável. A sua ira irá explodir na pior altura, perante a médica (Mila Kunis) que lhe vaticina apenas alguns minutos de vida. Desesperado Henry embarca num último sopro de humanidade tentando acertar contas do passado com todos os que o rodeiam, especialmente a sua mulher (Melissa Leo), o seu irmão (Peter Dinklage) e o seu filho (Hamish Linklater).

Tem os seus momentos, intensos e outros bem mais descontraídos, mas sabe a pouco. Nem tanto pela falta de coerência ou a loucura de algumas situações mas, sobretudo, pela excessiva leviandade de grande parte da história. Robin é, de longe, o melhor do filme mas é pouco. Talvez para um telefilme fosse suficiente.

Pode parecer difícil de acreditar mas Phil Alden Robinson já fez filmes como Field of Dreams ou The Sum of All Fears. Foram outros tempos, disso não temos dúvidas.

Por agora resta uma obra simpática e nada mais.

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