“A Juventude de Jane/Becoming Jane” de Julian Jarrold

Já aqui afirmei, mais do que uma vez, que a avaliação que fazemos de uma filme depende muito da nossa predisposição ao entrar na sala de cinema. Por muito que queiramos pensar o contrário essa opinião será sempre mais subjectiva do que objectiva.
Subjectivamente devo afirmar que o filme é um pouco chato, enrolado, repetitivo. De forma objectiva direi que lhe falta o ritmo, o entusiasmo e a intensidade de filmes como o recente Pride & Prejudice (baseado, precisamente, na obra homónima de Jane Austen).

Desta vez, tal como aliás é publicitado na promoção do filme, estamos perante a “verdadeira” história da famosa escritora inglesa, Jane Austen. A sua luta por se impor numa sociedade em que as mulheres tinham um papel meramente decorativo e em que o casamento era sobretudo uma conjugação de interesses e não o resultado duma paixão intensa.

Coincidência, ou talvez não, a história acaba por ser muito parecida com a da obra anteriormente mencionada mas sem a chama que fazia do seu predecessor um filme cativante. Não sei que por culpa do desempenho da dupla de protagonista Anne Hathaway (The Devil Wears Prada) e James McAvoy (The Last King Of Scotland), se por culpa de um realizador mais habituado a filmes lançados directamente para a TV ou se por culpa de um argumento monocórdico, mas fica a sensação que, desta vez, a ficção superou em muito a realidade.

O retrato de época é bastante interessante, os cenários belíssimos e o conjunto de actores secundários um complemento preciso mas quando a HISTÓRIA não nos cativa pouco há a fazer.

Noutro dia poderia até ficar encantado com o filme, esta terça-feira senti-me insaciado, esperava uma história de arrebatar e não um retrato singelo.

Se calhar, era eu que esperava demais…

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