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“As Crónicas de Narnia: Príncipe Caspian” de Andrew Adamson


Por norma as Antevisões visam apenas levantar um pouco o véu sobre os filmes mais mediáticos que estão prestes a chegar às nossas salas de cinema, tentando “alertar” para os principais trunfos ou expectativas que os rodeiam.

Porém, há vezes, em que a Antevisão, reflecte com bastante exactidão a opinião que temos sobre o filme mesmo depois de o ver! Não há grandes surpresas! Não há grandes decepções! O filme é aquilo que se esperava dele: um bom entretenimento para a pequena, uma história simples para os mais crescidos, um filme não aconselhado para adultos.

Infelizmente (e falo essencialmente por mim!) o filme manteve-se no mesmo nível em termos de público-alvo (6-12 anos). Outras obras como por exemplo Harry Potter, têm vindo a evoluir (e a tornarem-se mais complexas) há medida que o “herói”, também ele, evoluí.
As Crónicas de Narnia tentam dar esse ligeiro passo ao “esconder” alguns dos elementos mais fantasiosos e ao acrescentar um Príncipe um pouco mais maduro que luta pela justiça, pela igualdade, pela paz. No entanto arrisca pouco, infantiliza uma personagem que se pedia mais vigorosa, mais séria, mais real. Acredito que a pequenada fique agradecida mas os restantes (mais velhos) vão acabar por se desligar deste Mundo.

Falar em oportunidade perdida talvez seja demasiado para um filme que nunca escondeu a quem se destinava (senão porque razão teríamos inclusive uma versão dobrada do fime em alguns cinemas?) mas ficou um travo amargo na garganta. Talvez se outra obra do mesmo género, A Bússola Dourada/The Golden Compass tivesse alcançado nos EUA maior sucesso os produtores deste 2º capítulo de Narnia tivesse outra visão. Dada a conjuntura actual preferiram jogar pelo seguro. Podemos censurá-los?

Quanto ao filme propriamente dito, pouco há a acrescentar. Ben Barnes, como Príncipe Caspian deixa algo a desejar. A pose está lá, a cara laroca também, mas nota-se a falta de garra, de coragem em enfrentar um desafio importante! Já para não falar do seu sotaque castelhano (quem se terá lembrado de tal coisa?!). Os irmãos Pevensie regressam com maior confiança e destreza mas nenhum assume especial protagonismo, refugiando-se nas suas personagens já apresentadas no 1º capítulo.
Quanto a Andrew Adamson fica a ideia que lhe faltou alguma coisa (coragem? permissão? talento?) para acrescentar algo de realmente inovador às Crónicas.

Talvez a exigência seja demasiada, talvez a comparação seja descabida mas depois de já termos visto este Verão The Dark Knight ficamos sempre à espera que um filme nos encante.
Este Príncipe passou bem ao lado!

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