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“Ágora” de Alejandro Amenábar


Foram precisos 5 anos para Alejandro Amenábar voltar a estrear um filme… e que filme!
Depois do reconhecido e triunfal Mar Adentro (vencedor do Oscar e Golden Globe de Melhor Filme Estrangeiro), o realizador chileno-espanhol volta a rodar em inglês – a 1ª experiência foi The Others com Nicole Kidman – numa produção a vários os níveis grandiosa!

Em primeira lugar a recriação da zona central da emblemática cidade de Alexandria, incluindo a sua famosa biblioteca, a praça Ágora e demais edifícios. Seguidamente um guarda-roupa preciso e harmonioso com a acção e com o espaço, um argumento cativante que transforma 2h00 num mero piscar de olhos e performances de elevadíssima qualidade.

Começando precisamente por este último aspecto que dizer do actual momento de carreira de Rachel Weisz. Depois do Oscar de Actriz Secundária por The Constant Gardener, a actriz inglesa parecia de certa forma adormecida… até que chega 2009.
1º o pitoresco The Brothers Bloom onde reluz num papel secundário.
Agora este Ágora, assumindo plena responsabilidade pelo filme, convertendo-se no fio condutor e difusor de toda a acção e intriga que o envolve, ao mesmo tempo que transporta consigo uma certa aura de grandiosidade (ou direi deusidade).
E, para breve, The Lovely Bonnes, o aguardado regresso do realizador Peter Jackson.

Quanto ao argumento e encenação, estes transportam-nos por completo para uma época há muito afastada do cinema mas que congrega em si factos e histórias de elevado interesse e complexidade. Durante 2h00 fazemos parte daquele mundo, por sinal não assim tão distante do nosso como o poderíamos desejar, e “aproveitamos” para entender a razão (ou falta dela!) de muitas das atrocidades que ainda hoje são cometidas em nome da religião!

O único senão é mesmo aquela mania de pôr toda a gente a falar inglês… mas bem, não se pode ter tudo, certo!?!

Séc. IV, Alexandria.
A milenar cidade “criada” por Alexandre, o Grande, nas margens do Mar Mediterrâneo, era um dos principais pólos da ancestral cultura Grega e um dos seus principais centros de conhecimento e inovação. Porém, a sua importância estratégica diante o declinante Império Romano, torna-a também num local propício às mais variadas discussões e pelejas, assumindo a questão religiosa um lugar de destaque.
Alheia a tudo isto (ou quase), encontramos Hypathia (Weisz), uma notável e adorada filósofa, matemática e astrónoma, plena que convicções e de desejo por uma vida de conhecimento e revelações.
No entanto, as constantes convulsões sociais e religiosas farão com que a pagã Hypathia se torne no epicentro de uma luta que vai muito para lá do desejo de poder dos demais responsáveis político/religioso da região.

Para além de Weisz, será necessário a destacar a ascensão de Max Minghella (filho do falecido realizador) no papel de Davus, escravo de Hypathia (por quem nutre uma contida afeição), posicionando-o como uma das grandes revelações/promessas do ano!

É de facto cinema de qualidade… demonstrando, mais uma vez, que Amenábar é, sem dúvida, um cineasta de elevado apuro.
Aí está o 1º grande candidato aos prémios de 2009!

Site Oficial
Teaser
Trailer

Alexandria séc. XXI

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