“S.O.S. Mulheres ao Mar 2” de Cris D’Amato
Demorou alguns meses, tempo demais, mas finalmente a crítica chegou ao Doces ou Salgadas?.
Sucesso de bilheteiras em 2014, não terá sido preciso muito para Giovanna Antonelli, Reynaldo Gianecchini e Fabíula Nascimento, regressarem para a sequela de S.O.S. Mulheres ao Mar. Foram, mais precisamente, 19 meses entre a estreia do primeiro e do segundo capítulo das (des)aventuras de Adriana, Luíza e Dialinda. Deu certo da primeira vez, com certeza!
Foi assim, imbuídos desse espírito positivo e bem humorado que nos aventuramos – num dia incrivelmente chuvoso – por entre uma das comédias brasileiras mais vista de 2015… mesmo sem ter visto o primeiro capítulo nem ter qualquer ideia do que nos iria aparecer pela frente.
S.O.S. Mulheres ao Mar 2 é um ótimo postal de visita do que é o Brasil de hoje. Bem humorado, extravagante, obcecado pela idade, pela juventude, pela forma física e recheado de maluqueira, sinceridade, paixão e alegria. Já como filme, propriamente dito, deixa bastante a desejar.
O cinema brasileiro, do mais ligeiro (Até que a Sorte nos Separe ou Os Normais 2) ao mais dramático (Gonzaga – De Pai para Filho ou Linha de Passe) não nos é totalmente desconhecido, já rimos e chorámos a ver de tudo um pouco do que é feito na Língua de Camões (ou quase) do lado de lá do Atlântico. O problema é que o filme de Cris D’Amato segue em demasia os padrões da sitcom brasileira, preocupando-se pouco com a história e com qualquer coerência narrativa e explorando o caminho mais fácil para entreter o espetador.
Giovanna, Reynaldo e Fabíula saem totalmente incólumes da falta de cinematografia (no sentido lato da palavra!) do filme mas duvido que se aventurem em novas experiências similares. O caché deve ser generoso, a rodagem divertidíssima mas em termos de currículo fica algo estanho, digo eu.
Adriana (Antonelli) e André (Gianecchini) estão, agora (no inicio do primeiro capítulo, não estavam), juntos e felizes. As carreiras – ela escritora, ele estilista – seguem de vento e popa e as cenas de ciúmes abundam, naturalmente. Mas quando o seu namorado, embarca num cruzeiro de apresentação da sua nova coleção, juntamente com a ex-namorada (Rhaisa Batista) – e top model – Adriana não conseguirá resistir a seguir no seu alcance, com a “ajuda” da sua irmã (Nascimento), da amiga de longa data (Thalita Carauta) e uns quantos amigos de circunstância.
É um daqueles milhares de exemplos do cinema chiclete, com sabor de jabuticaba.
Na hora até que nem sabe mal mas alguns minutos depois, esquece.
E chovia, copiosamente, lá fora.