“Wall-E” de Andrew Stanton
As férias continuam a ser um problema difícil de contornar quando se trata de cinema. As oportunidades de encontrar uma sala de cinema onde esteja a ser exibido um filme interessante são bastante poucas e a disponibilidade para escrever também não é muita.
Porém, antes de embarcar de férias, tive oportunidade de assistir a este magnífico exemplo da Pixar (mais um!!) de que o cinema de animação deixou há muito de ser restrito/destinado a crianças.
Wall-E, o incrível robô terrestre da Disney, é um marco invejável em termos de tecnologia e sentimento. A primeira meia-hora é a todos os níveis irresistível. A ternura e a compaixão que sentimos por Wall-E é-nos retribuída em dobro por um “ser” diferente, direi ESPECIAL.
A certa altura Wall-E deixa de ser um “mero” filme de entretenimento e passa a ser uma obra com uma mensagem bastante forte, ainda que não acessível a todos (sobretudo aos mais pequenos!). E talvez aqui resida o seu tendão de Aquiles.
Nesta altura do ano (ou em qualquer outra, arriscaria a dizer) lançar um filme para crianças que, de certa forma, acaba por as “ultrapassar” pode ser considerado um grave erro de marketing. No entanto, a verdade é que mais ou menos complexo, mais ou menos sentimentalista, mais ou menos universal, Wall-E é, sem dúvida alguma, um marco importante da animação!
Um filme em que a animação por computador atinge níveis inacreditáveis, em que a realização nos faz esquecer se temos actores de carne e osso ou meros pixeis a “desfilar”, um filme em que nos sentimos todos crianças novamente!
Em caso de dúvida deixe as crianças em casa e desfrute de um filme para todas as idades. Sem complexos, sem ideias pré-concebidas, sem receios. O mundo depois de Wall-E será um espaço bem mais agradável e harmonioso de se viver…
São muitas as histórias de amor na 7ª arte que perduram até hoje.
Wall-E e EVE forma um dos pares mais improváveis mas também um dos mais bonitos de se acompanhar!