“Drillbit Taylor” de Steven Brill
Perante a já reportada escassez de estreias nos cinemas nacionais (pelo menos cá pelo Porto, já que em Lisboa lá vão estreando algumas obras europeias e um ou outro documentário) resta-nos a opção de recuperarmos alguns filmes que não tiveram honras de estreia nas nossas salas.
Por coincidência, falo-vos hoje de Drillbit Taylor, comédia familiar produzida pelo “Deus da comédia” Apatow (e com argumento da co-autoria de Seth Rogen), ainda há dias referida neste blog.
Por curiosidade, contrariamente ao que era defendido nesse comentário, a opção por lançar o filme directamente em DVD não pode ser criticada. Para além da fraca performance do filme na bilheteira americana (em parte decorrente do problemas pessoais por que atravessou o protagonista – felizmente ultrapassados!), a sua qualidade intrínseca (ou falta dela) acaba por tornar aceitável a decisão.
Em suma, não fere mas, também, não acrescenta nada de novo a um género curiosamente revitalizado pela mão, imaginação e coragem, destes mesmos senhores.
Owen Wilson, um dos novos nomes da comédia norte-americana (não necessariamente alinhado com o clã Apatow) é Drillbit Taylor, um vadio bon vivant que divide os seus dias entre a praia, a esplanada e a sua tenda clandestina, onde dorme ao sabor das estrelas.
Perante a agressividade com que são tratados nos 1ºs dias de liceu, 3 jovens estudantes decidem recorrer dos serviços de um “guarda-costas”. Com uma agenda muito própria e um sentido de responsabilidade deplorável, Drillbit irá infiltrar-se no colégio de forma a garantir a segurança dos rapazes. Porém, ele é muito mais do que aquilo que os rapazes se atreveriam a sonhar…
Sem nunca definir muito bem o seu público-alvo, se adolescentes mais infantis se os apreciadores de uma comédia mais madura, o filme acaba por não encontrar um rumo coerente. Mesmo a expectativa de se tornar numa comédia para toda a família (ao estilo de Bedtime Stories) acaba por não se cumprir, fruto do humor mais raçudo quer de Owen Wilson quer dos próprios responsáveis do projecto.
No conforto do lar, num dia menos solarengo deste Verão que se aproxima, o filme até poderá parecer uma obra razoável!
Na grande tela, desconfio que não se tratasse de muito mais do que de uma agradável desilusão.
Owen Wilson já teve (e terá, certamente) melhores dias!
O mesmo para (o produtor) Judd Apatow e (o argumentista) Seth Rogen…