“Um Conto de Natal (Disney’s A Christmas Carol)” de Robert Zemeckis
Foram diversas as opções que conjecturei para iniciar este comentário, até que algo captou decididamente a minha atenção!
Pela 1ª vez um filme de animação em 3D foi exibido na sua versão original no nosso país (acompanhado das devidas legendas, obviamente!).
Após várias vezes me ter insurgindo contra o facto das versões 3D apenas estrearem na versão portuguesa, é com natural e extasiante regozijo que me deparo com tal situação. Duvido que tal avanço resulte das minhas modestas e sentidas críticas, ainda assim, é reconfortante esta sensação de dever cumprido!
E começando exactamente por aí, é no aspecto técnico e visual que o filme apresenta os seus maiores atributos. Depois do revolucionário Polar Express e do mais adulto Beowulf, Robert Zemeckis prossegue a refinação da “sua” inovadora tecnologia (designada como performance capture) desta vez contando com a colaboração de um inspirado Jim Carrey e da centenária obra do grande dramaturgo inglês Charles Dickens.
A Christmas Carol, conhece assim a sua enésima adaptação ao cinema (a mais recente terá sido o descartável Ghosts of Girlfriends Past), ainda que nunca com tal hiper-realismo, hiper-emoção e… estupefacção!
Tirando pleno partida da tecnologia que transforma movimentos e expressões reais em “bonecos” tridimensionais, Zemeckis viagem por entre o imaginário de Dickens apresentando a sua versão do tão amado clássico natalício. Porém, contrariando a lógica natural do cinema de animação, o filme não é tanto uma obra para crianças mas um entretenimento para os mais audazes e crescidos. E porquê? Porque, a momentos, o filme consegue ser realmente… tenebroso!
O espírito natalício é intocável e omnipresente, no entanto, o realizador norte-americano assume alguns riscos ao enveredar por um efeito demasiado… Tim Burton, quando comparado com as expectativas criadas pela sua promoção!
Dito isto fica ao critério de cada um levar os mais pequeninos ao cinema. Se calhar, em breve, chegarão outros filmes mais consensuais para a pequenada!
Para nós, ficam na retina alguns momentos maravilhosos como a sequência inicial do imenso travel pela pitoresca cidade palco de toda a acção, o desempenho de Jim Carrey desdobrando-se em múltiplos papéis de forma bastante natural e diversificada (tirando o máximo do performance capture) e, obrigatoriamente, o uso da tecnologia 3D que nos transporta literalmente (ou quase) para dentro da tela, permitindo ao espectador abandonar a sua posição de mero observador por outra bem mais próxima da acção!
Quanto à história esta é fácil de resumir.
Acompanhamos o avarento Ebenezer Scrooge (Jim Carrey) enquanto este é visitado, em plena noite de consoada, por 3 reveladores fantasmas (Jim Carrey x3) que o farão perceber o quão despropositada tem sido a sua existência!
O NATAL está próximo…
… muito próximo!
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WikiNota: Motion capture is a term used to describe the process of recording movement and translating that movement onto a digital model.