“O Aprendiz de Feiticeiro (The Sorcerer’s Apprentice)” de Jon Turteltaub
O mínimo que se pode dizer é que a fama de Rei Midas de Jerry Bruckheimer sofreu um pequeno revés!
O mediático produtor de cinema, habituado a encadear franchise atrás de franchise (Pirates of the Caribbean, National Treasure, Bad Boys) parece ter acertado um pouco ao lado nesta sua tentativa de reavivar… feitiçarias.
E, muito embora a culpa possa ser imputada a realizador, argumentistas ou protagonistas, é indiscutível que a principal lacuna do filme é a sua dificuldade em seguir um rumo único… e aí seria de esperar que Bruckheimer tivesse uma palavra a dizer!
Primeiro que tudo fica a dúvida de quem será o público-alvo deste filme. Será um aproveitamento do sucesso de Harry Potter? Uma tentativa “educar” os mais novos para o mundo da Fantasia? Um misto de acção, misticismo e História? Uma complexa aula de Física Avançada?
Com isto o filme consegue conjugar piadas ligeiras e inocentes com justificações meta-físicas para os acontecimentos, o romance mais juvenil com teorias do Apocalipse ou umas indomáveis esfregonas com o mais macabro dos cenários!
Não tenho dúvidas que os meus sobrinhos (pré-adolescentes) se tenham divertido com algumas cenas mais animadas mas dúvida que tenham compreendido a complexidade da situação… muito menos as justificações Histórias ou Científicas que “explicam” o sucedido!
À parte da insegurança que persegue todo o filme, pode-se concluir que se trata de um eficaz entretenimento que não deixe de cumprir os seus propósitos ainda que sem grande brilhantismo ou imaginação.
Percebe-se onde foi gasto tanto dinheiro (+$150M) mas também é fácil de entender que faltou o principal, ou seja, uma história que conseguisse fugir ao enquadramento básico de qualquer obra “hollywoodesca“.
Já Nicolas Cage, é aquele montanha-russa! Já lá vão 15 anos desde o seu memorável desempenho em Leaving Las Levas e, desde então, é uma no cravo e outra na ferradura!
Quanto a Jay Baruchel, depois de cromo sensível em She’s Out of My League faz agora de cromo inteligente. Quanto a mim parece que não mudou muito mas também é verdade que ao olhar para ele só nos vem um coisa à cabeça… é um CROMO do caraças (no bom sentido, sub entenda-se!).
Neste filme Jay faz precisamente de Aprendiz de um Feiticeiro encarnado por Cage. Porém, os seus dotes e a sua descrença na confusa História que Balthazar (Cage) lhe conta, acabam por transformá-lo no mais improvável dos feiticeiros.
Pelo meio irá reencontrar Becky (Teresa Palmer), a sua paixão de infância, que ajudará a tornar tudo ainda mais complicado e aliciante! É que Horvath (Alfred Molina) não olhará a meios para se vingar de Balthazar e Dave (Jay) parece ser a presa perfeita!
Não será aquele desastre que muitos apregoam mas também nunca será o grande sucesso que seria de esperar ao olhar para o nome dos intervenientes!
Será, em última análise, o típico filme de Verão. A malta vê, assusta-se, ri um pouco, comenta no final e depois…. esquece!
Ainda assim a criançada até gostou (muito) do que viu!
Quem dera a muitos conseguir conquistá-los assim dessa maneira!
Heróis e Vilões