“Quarteto (Quartet)” de Dustin Hoffman
Filme de estreia de Dustin Hoffman como realizador, Quartet é uma obra simpática que ajuda-nos a crescer e a olhar mais além mas à qual falta pulso para nos entusiasmar.
Um elenco fantástico, recheado de estrelas de hoje e de outrora, dão corpo a um enredo que será bem mais real (e frequente) do que aquilo que queremos ver.
Beecham House é, literalmente, o palco para uma história (ou conjunto de histórias, será mais correto) emocional que acompanha o apogeu de variadíssimas estrelas do mundo das artes inglês. Esta “Casa dos Artistas” é, efetivamente, um espaço cultural e musicalmente especial
Como maior destaque surge um quarteto (de vozes) totalmente complementar: Maggie Smith (Jean Horton), Tom Courtenay (Reg), Billy Connolly (Wilf) e Pauline Collins (Cissy). Existe uma longa história a uni-los, mas somente algumas décadas passadas terão a oportunidade de esclarecer… toda uma vida.
Para lá do enredo que nos vai sendo revelado passo a passo, o maior deleite é mesmo desconfiar (e mais tarde perceber) que muitos daqueles artistas são efetivamente mulheres e homens distintos.
Mas não restem dúvidas, o talento é imenso e a sua fama mesmo que efémera (como tudo na vida) jamais os irá deixar voltarem a serem cidadãos comuns.
A gala anual da Beecham House é o ponto de partida (e de chegada) para um filme que muito para lá da “parte real” vive de um sentido de humor sublime, de uma fortíssima componente emocional e de uma inesgotável alegria de viver.
Percebe-se que Hoffman tem toda uma vida de experiência… em frente das câmaras. Já no papel de realizador, o veterano ator é, de certa forma, iniciante.
Nota final para a GRANDE Maggie Smith com um imenso desempenho que lhe valeu, inclusive, uma nomeação aos Golden Globes. Esta senhora é, de facto, incrível e um regalo para os olhos de todos os apreciadores de Cinema!