“Lolo” de Julie Delpy

Dany Boon, expoente máximo da (nova) comédia francesa, às ordens de Julie Delpy que assume, igualmente, o papel de sua co-protagonista.

Para os mais desatentos Julie, para além de outros trabalhos como realizadora, argumentista e atriz, é Celine em Before Sunrise (e demais sequelas). Naturalmente a sua carreira no mundo do cinema não se cinge ao “franchise” realizado por Richard Linklater, sendo este Lolo já a sua 6ª experiência atrás das câmaras… ainda que por norma num registo mais romântico e/ou urbano.

Desta vez – e a presença de Boon seria logo à partida o melhor indicador – a abordagem é bem mais ligeira e divertida, apimentada por uma pitada de humor negro… francês.

De férias pelo sul de França, Violette (Delpy), uma sofisticada workaholic que trabalha no efervescente mundo da moda em Paris, enamora-se por Jean-René (Boon), um bem disposto informático prestes a mudar-se, precisamente para Paris. Contrariando as expetativas iniciais, o romance vai-se solidificando até que Lolo (Vicent Lacoste), o filho mimado de Violette – já um garotão com tamanho para se governar sozinho – começa cirurgicamente a sabotar o relacionamento.

De plano diabólico em plano diabólico vamos rindo e chorando com o desenrolar da história. Facilmente se percebe o que move cada uma das personagens e apesar da previsibilidade do enredo, o tom bem humorado e corrosivo do filme diverte e convence.
Mesmo ficando aquém de outras obras recentes da comédia francesa, especialmente as realizadas pelo próprio Boon, trata-se um ótimo e sério divertimento, milhas à frente do que é feito pelos aspirantes a comediantes do outro lado do Atlântico.

Provavelmente não perdurará por muito tempo na nossa memória… mas enquanto estivemos na sala de cinema, o prazer foi garantido.

E aquela piscadela de olho, no final, a uma possível sequela é preciosa.

Site
Trailer