“Transformers: O Último Cavaleiro (Transformers: The Last Knight)” de Michael Bay
O embaralha e volta a dar de Michael Bay em relação aos Transformers deu em… mais do mesmo, mas para pior!
Parece evidente que há material e efeitos especiais (fantásticos!) para levar o franchise para um espaço estratosférico (em termos latos, ok!?!) mas Bay parece tão obcecado pelo conflito lógico dedutivo dos humanos em aceitar ou combater os robots que os protejem que perde, por completo, o sentido cinematográfico da obra.
Efeitos especiais de primeiríssima ordem em que a presença de vários(!!) robots humanoides falantes que se transformem em veículos e outros objetos, é encarado pelo espetador da forma mais natural possível, são (fortemente) condicionados por um enredo errático, confuso e profundamente extenso. Pelo meio revelam-se alguns detalhes com muita piada e perspicácia – como a presença dos Transformers junto ao Rei Artur ou no combate aos nazis – mas são apenas fogachos totalmente obliterados por quase 2h30 de explicações históricas e genealógicas com pouca ou nenhuma relevância e fundamento.
De inventor e salvador de Optimus Prime, a solitário protetor dos Autobots. Cade Yagger (Mark Wahlberg) vive sem rumo e tecto tentando proteger os últimos Transformers do (nosso) planeta enquanto os humanos perseguem, aniquilam e enclausuram todos os robots humanoides que se atravessam no seu caminho. Mas a viagem de Optimus Prime até ao seu planeta (totalmente destruído) está prestes a ter consequências devastadoras para o nosso.
Manipulado pela sua criadora, Quintessa, Prime regressará à Terra em busca de vingança e de um poderoso artefacto que pode ditar o fim do nosso planeta.
E, sim, lá pelo meio temos Sir Anthony Hopkins a fazer um daqueles papéis que muito provavelmente se irá arrepender quando arrumar as botas em definitivo.
Curiosamente quem não aparece mesmo é Tyrese Gibson. Ao contrário do expectável – e vinculado pelos próprios produtores do filme e demais media – o ator da trilogia inicial não acompanhará Josh Duhamel e John Turturro no seu regresso ao franchise. Confesso que passei grande parte do filme à “espera” que, como por magia, o rapaz surgisse mas depois de ver a estranha contribuição, tanto de Duhamel como de Turturro, talvez não tenha sido assim tão má ideia ter “escapado” desta.
É com grande pesar e tristeza que temos de reconhecer que um dos grandes blockbusters deste Verão é, afinal, um filme insonso que vale apenas pelo brilhante trabalho de efeitos especiais, com o IMAX 3D em pleno destaque. Bay parece deslumbrado ao falar (e fazer) o seu “menino” mas com tanta proteção e obsessão, corre o sério risco de o aniquilar.
Felizmente o próximo capítulo da saga terá as origens de Bumblebee como foco primordial e contará com Travis Knight (Kubo and the Two Strings) no papel de realizador. Anos 80. Um mítico VW amarelo. Halle Steinfeld como protagonista. Tem tudo para ser um passo em frente… na direção certa!!
Daqui fica a certeza que, independentemente do seu resultado de bilheteira (i.e. se conseguir recuperar o investimento), The Last Knight é, de longe, o mais fraco dos 5 filmes do franchise. Éque dá mesmo para ter saudades de Megan Fox e Shia Labeouf…