“O Cavaleiro das Trevas (The Dark Knight)” de Christopher Nolan

Tal como já tinha acontecido com a obra de Tim Burton, também com Chris Nolan, o Joker torna-se na figura central de um filme da série Batman.

20 anos depois de Jack Nicholson ter encantado com a sua performance, Heath Ledger deixa o seu legado com uma performance magistral que faz esquecer todos os outros com quem contracena e adensa ainda mais a saudade que irá deixar a todos os amantes da 7ª arte.

Se Chris Nolan e Christiane Bale têm o mérito de recuperar Batman e transformá-lo num herói de carne e osso, muito próximo de qualquer um de nós e consequentemente muito apelativo a um público ávido de heróis humanos, com as dores e dilemas iguais aos do comum dos mortais, Heath Ledger pegou numa personagem louca e tornou-a inesquecível!.

Em última análise o filme é sobre The Joker (Ledger)! É ele quem controla toda a acção, é por ele que ansiamos a cada momento, é ele que nos vai deixar saudade!
É por causa dele que o filme caminha passos largos para se tornar um Clássico!

Um ano passou desde os acontecimento de Batman Begins. Gotham City nunca esteve tão “limpa” e mesmo os mais destemidos mafiosos têm receio em andar nas ruas durante a noite. Juntamente com o tenente James Gorman (Oldam), Batman (Bale) impôs o respeito e a calma a uma cidade que sempre viveu em sobressalto. Porém, a chegada de peculiar e tresloucado assaltante de bancos irá semear a anarquia e descobrir em cada um o seu pior defeito. Resta aos nossos heróis juntarem-se a Harvey Dent (Aaron Eckhart), um destemido advogado do Ministério Público, para conseguirem derrubar The Joker. No entanto esta figura enigmática tem o seu próprio e explosivo plano…

Apesar de na sua essência ser um típico filme de Verão, i.e., muita acção, aventura e efeitos especiais de qualidade, já para não falar do orçamento descomunal e nas muitas estrelas que o habitam, esta adaptação de mais um super-herói dos comics é, de facto, algo diferente.
O argumento não se limita a apresentar os heróis e vilões e a encenar a sua batalha épica, ele cria as personagens, adensa a sua história pessoal, a sua personalidade e depois confronta os seus ideais, num jogo do gato e do rato em que dificilmente alguém sairá ileso.
Tudo isto apimentado por desempenhos de elevadíssima qualidade! Isto porque se o filme pertence a Ledger, a verdade é que Bale, Oldman, Eckhart e os veteranos Michael Caine e Morgan Freeman dão ao filme uma consistência invejável.

E claro está, seria uma injustiça não destacar mais uma vez o nome de Chris Nolan. O realizador que causou sensação com o imaginativo Memento, arriscou muito ao transformar um franchising de sucesso, numa série de acção muito próxima da realidade e ganhou o jackpot! Para além do fenomenal sucesso de bilheteira, o filme chega mesmo a agradar à maioria dos críticos, normalmente avessos aos grandes blockbusters.

O Oscar para Ledger (como Melhor Actor Secundário) parece, a 6 meses de distância, uma mera formalidade para premiar um desempenho de excelência.

O tempo dirá se efectivamente o filme tornar-se-á num Clássico…
… quanto ao desempenho do malogrado actor… não é preciso esperar mais!

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