“The Cove – A Baía da Vergonha” de Louie Psihoyos
No nosso país, o mercado de documentários nas salas de cinema resume-se, quase por completo, à obra e engenho do GRANDE Michael Moore.
Há falta de melhor exemplo, basta dizer que, o ano passado, o principal candidato (e posteriormente vencedor) ao Oscar de Melhor Documentário, o electrizante Man on the Wire, estreou apenas em Lisboa… e por lá ficou!
Este ano parece que a coisa lá evoluiu um pouco e o principal candidato (e mais que esperado vencedor) ao Oscar garantiu uma estreia mais alargada (com direito a antestreia no Porto e tudo!)… e bem o merece!
The Cove atinge-nos directamente no coração!
Durante cerca de 1h vamos sendo preparados para um cenário quase surreal. Mas nada nos pode preparar para aquilo que vamos ver. É muito para além daquilo que podemos imaginar!
Bem mas a história começa um pouco antes.
Durante anos Ric O’Barry contribuiu para a crescente familiaridade, carinho e apreço do cidadão comum pelos golfinhos através da mítica série dos anos 60, Flipper – onde um golfinho fazia as vezes do Rex!
Captor e treinador dos golfinhos, Ric conviveu de perto com estes magníficos animais durante largos anos, até que um acontecimento mudou por completo a sua percepção das suas acções.
Desde esse momento o antigo treinador tem dedicado a sua vida a libertar todos os golfinhos e baleias que se encontram em cativeiro, tornando-se numa referência entre os activistas dos direitos dos animais.
A sua mais recente viagem levou-o a Taiji, Japão, onde juntamente com o realizador (e antigo fotógrafo da National Geographic) Louie Psihoyos, irá liderar um multifacetado grupo de activistas, equipado com as mais evoluídas tecnologias de espionagem, com o propósito único de desvendar e expor o mais horripilante dos segredos.
Desde cedo nos sentimos submergidos por esta causa e pela motivação dos seus intervenientes. Se Ric aponta o sucesso de Flipper como causa principal para a escalada da captura dos golfinhos (e demais mamíferos marinhos), dada a necessidade e a urgência das pessoas, um pouco por todo o Mundo. em interagirem com estes animais, essa mesma proximidade faz também com que os seus argumentos e os factos que relata sejam absorvidos com tremenda raiva e dor, não deixando ninguém indiferente!
A grandeza de um documentário é tornar uma História real num objecto coerente e cativante, construindo uma narrativa que prenda o espectador do 1º ao último instante.
Seria difícil fazer mais… e melhor!
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