“Lenda dos Guardiões (Legend of the Guardians: The Owls of Ga’Hoole)” de Zack Snyder

Por onde começar?

Pela triste constatação que o filme não estreou em Portugal na sua versão original? Pelo nome do realizador, Zack Snyder, responsável por filmes tão marcantes como 300 ou Watchmen? Pelo facto deste não se tratar OBVIAMENTE de um filme para crianças? Pela inquestionável qualidade de algumas das imagens e da própria história?

Por mais controverso e incoerente que possa parecer, Legend of the Guardians não é propriamente um filme de massas… nem, tão pouco, para crianças.
Em linha com as anteriores obras do realizador, este 1º capítulo da saga do destemido Soren (uma jovem e corajosa coruja), vive de cenários meticulosos, imagens e cenas fortes e uma originalidade peculiar.

Dito isto será fácil compreender que o filme agradará mais facilmente aos apreciadores das anteriores obras do mesmo autor, do que necessariamente aos fãs do cinema de animação!
Sentimos a mesma aura, a mesma frescura, a mesma audácia em arriscar e questionar (todas as) ideias pré-concebidas relativamente a géneros, públicos-alvo e conceitos visuais.

Soren e Kludd são duas jovens corujas com ideais ligeiramente diferentes. Um infortúnio irá por à prova os 2 irmãos e enquanto o mais velho acabará por sucumbir à pressão, Soren seguirá o seu coração e partirá em busca dos míticos guardiões.
Mas não estará sozinho! Antes de alcançar o seu destino, o jovem líder irá encontrar novos amigos e descobrir-se… a si mesmo!

Para além de uma história precisa e cativante, o filme vive, também, da sua qualidade visual (à qual o 3-D não será indiferente), criando um mundo distinto e atraente, pontuado por alguns momentos de brilhantismo, nomeadamente durante as cenas mais emotivas.

Baseado nos 3 primeiros capítulos (de um total de 15) da obra de Kathryn Lasky, a saga das jovens corujas parece ter bastante material para prosseguir por várias sequelas.
Se seguir igual paradigma e se continuar a surpreender e a inovar como aconteceu neste 1º ensaio, penso que terá todas as condições para se tornar em mais um franchise de (bastante) sucesso!

Agora o difícil vai ser convencer os responsáveis pela mesma (a começar no nosso país), de que a história é bem mais apelativa a um público mais maduro e, também, mais exigente!

Pela minha parte posso, desde já, garantir o meu apoio e a minha assiduidade… mas, por favor, com a versão original, ok!?!

Há falta do devido convite (parece que esgotaram?) cá fica uma imagem do verdadeiro herói desta aventura!

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Heróis (e vilões)… com 2 asas: