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Em Janeiro, nos cinemas…

Como é hábito no nosso país, Janeiro (e Fevereiro) é época de estrearem os principais candidatos aos prémios dos melhores (filmes) do ano. É verdade que mais recentemente alguns desses títulos se vêm dispersando pelo ano mas no que à quantidade do respeito, Janeiro é o mês dos filmes mais intimistas, dramáticos, sérios e qualitativos. Mas é, também, período para a denominada “contra-programação” e os filmes de ação têm, cada vez mais, assumido a responsabilidade de entreterem os cinéfilos nos meses frios de Inverno.

Sem um critério hierárquico para organizar as estreias, seguimos o cronológico.

Começemos, então, por um dos filmes que já vimos. MOLLY’S GAME tem Jessica Chastain, têm uma incrível história verídica, tem um grande argumento de Aaron Sorkin e tem um poderoso Idris Elba para compor (o ramalhete). A história da jovem empreendedora que organizava os mais exclusivos jogos de poker é o foco central de um argumento competentíssimo que dá à atriz californiana nova oportunidade para demonstrar todo o seu talento. E nós, que estamos do lado de cá, ficamos a conhecer, com evidente inveja e incredulidade, como os 1% se “divertem”!

Ainda na primeira semana de janeiro temos nova história verídica. Neste caso a incredulidade da história é proporcional à do sucesso do filme já que a enésima realização (11ª só nesta década) de James Franco, num filme protagonizado por si e que retrata os bastidores do denominado “pior filme de todos os tempos”, teria todos os condimentos para ser um tremendo fracasso. Mas aconteceu precisamente o contrário! Franco tem recebido os mais rasgados elogios, sobretudo a nível da representação, e THE DISASTER ARTIST tem sido a grande revelação desta temporada dos prémios, inclusive com uma nomeação ao Golden Globe de Melhor Filme – Comédia ou Musical. Será mesmo o caso de “ver para crer”!!

Segue-se DARKEST HOUR, com um irreconhecível Gary Oldman no papel do emblemático Winston Churchill. O desempenho do ator inglês pode, muito bem, garantir-lhe o merecido Oscar para um ator e uma carreira invejável recheada de grandes desempenhos e transformações. Nenhuma maior que este, aparentemente. Para além de se perder da figura do lendário Primeiro-Ministro britânico, Oldman catapultou o filme de Joe Wright para a temporada dos prémios, tendo vindo a ser considerado pela maioria como o Melhor Filme Britânico do Ano, pelo menos. Curiosamente, a ação do filme coincide temporalmente com o de outro dos grandes candidatos do ano, Dunkirk, ainda que num registo totalmente distinto.

É um dos mais nomeados aos Golden Globes e o primeiro (e dos poucos) desta lista que não é baseado numa história verídica. O londrino Martin McDonagh (In Bruges, Seven Psychophats) é o responsável pela realização. Frances McDormand (Oscar® de Melhor Atriz por Fargo, há 20 anos) a protagonista. No elenco surgem ainda nomes como Sam Rockwell, Woddy Harrelson e Abbie Cornish. THREE BILBOARDS OUTSIDE EBBING, MISSOURI conta a história de uma mãe que decide chamar a atenção da polícia para a sua incapacidade e inoperância na resolução de um crime muito pessoal, o assassinato da sua própria filha. Comédia negríssima – naquele estilo quase Coeniano – é o cartão de visita! E três cartazes que dizem simplesmente “Raped While Dying“, “And Still No Arrestes“, “How Come, Chief Willoughby?“.

O cinema europeu (não inglês) também marca presença nesta nossa antevisão. AUS DEM NICHTS (aka IN THE FADE) conta com Diane Kruger num papel poderosíssimo e o sempre estimulante Fatih Akin como realizador num filme visceral sobre uma mãe e esposa que perdeu tudo num inqualificável atentado à bomba. Determinada a fazer justiça, seja de que forma for, Katja Sekerci está disposta a ir até ao fim do mundo para garantir justiça e, se for caso disso, vingar a morte do seu marido e do seu filho. Temas como a emigração, a intolerância, o racismo, os idealismo nacionalistas, o desespero e a determinação, são o prato forte de um filme talvez demasiado real para o nosso bem. É um dos nomeados ao Golden Globe de Melhor Filme Estrangeiro.

Continuamos na senda dos Melhores do Ano com aquele que era, pelo menos no mês passado, um dos mais forte candidatos ao prémio de Melhor Filme, CALL ME BY YOUR NAME, do realizador italiano Luca Guadagnino. História dramática e romântica da relação de um jovem rapaz com o mundo que o rodeia – onde se incluiu o professor e assistente do seu pai, o britânico Oliver (Armie Hammer) –  o filme tira partido da beleza natural da paisagem italiana e de um brilhante trabalho de Fotografia (do tailandês Sayombhu Mukdeeprom) para adensar o argumento do veterano James Ivory, a partir do romance do autor de origem egipcía André Aciman. Como protagonista temos o nova-iorquino Timothée Chalamet, o ator do momento por terras de Tio Sam.

MUDBOUND com Garrett Hedlund, Jason Mitchell, Carey MulliganMary J. BligeJason Clarke é outra das grandes apostas deste mês. Realizado por Dee Rees o filme aborda a questão do racismo e da intolerância no sul dos EUA sob a perspetiva de dois camaradas de armas que com o fim da II Guerra Mundial voltam para a sua terra Natal para lutar, desta vez, contra preconceitos seculares e comportamentos desprezíveis. É a grande aposta da Netflix para esta temporada de prémios e parece ser, realmente, um filme extraordinário. 

Fechamos os “filmes dos Oscars” com, provavelmente, o seu melhor representante. Em conjunto realizador e protagonistas contam com 8 estatuetas douradas e 37(!!) nomeações. Pela primeira vez Steven Spielberg, Tom Hanks e Meryl Streep partilham a grande tela num filme produzido em tempo recorde (menos de um ano desde o início da pré-produção até à sua estreia) e que logo que foi anunciado já era um dos grandes candidatos ao prémio de Melhor Filme do Ano. THE POST acompanha a turbulenta batalha mediática e jurídica entre a classe jornalística e o poder político, num caso que abalou a estrutura democrática sobre a qual se fundaram os EUA (com as devidas semelhanças com o momento atual). Promete!!

THE COMMUTER marca o regresso de Liam Neeson ao cinema de ação (numa altura em que o próprio promete reformar-se… do género), num intenso thriller de ação, no qual o veterano ator promete utilizar o seu conjunto de habilidades para deslindar um angustiante jogo do “gato e do rato” nas carruagens de um banal comboio inter-cidades. Junto a Neeson encontramos Vera Farmiga e Patrick Wilson num filme realizado pelo espanhol Jaume Collet-Serra. (que curiosamente já dirigiu Neeson em Unknown, Non-Stop e Run All Night). A ver vamos se supera as expetativas.

Gerard Butler é dos atores mais versáteis nos nossos dias, protagonizando tanto filmes de ação como enternecedoras comédias românticas ou intenso dramas. Desta vez a moeda caiu para “o lado certo” e o ator escocês é nome mais sonante num intenso policial realizado por Christian Gudegast, o argumentista de London Has Fallen. DEN OF THIEVES acompanha polícias e ladrões, sem escolher lados ou dividi-los entre bons e maus, num filme que promete muita ação, perseguições, tiroteios e uns quantos Action Heros!

Por falar em heróis, desta vez de carne e osso, temos Chris Hemsworth e o grupo de soldados de elite que no dia seguinte ao atentado das Torres Gémeas iniciou a resposta (armada) ao ataque terrorista. Baseado em documentos secretos disponibilizados recentemente, 12 STRONG acompanha a primeira incursão de tropas militares norte-americanas no Afeganistão depois dos atentados do 11 de Setembro (de 2001). 12 soldados de elite foram a primeira resposta contra os Talibãs. Esta é a sua história. Michael Shannon, Michael Peña, William Fichtner Trevante Rhodes acompanham o calmeirão australiano. (NOTA DA DISTRIBUIDORA: A estreia de 12 STRONG foi adiada para Fevereiro).

Propositadamente, MAZE RUNNER: THE DEATH CURE é o último destaque desde mês. O culminar da trilogia Maze Runner, iniciada em 2014 com o labiríntico filme que deu título à saga, e prosseguida (com menor sucesso) um ano depois com The Scorch Trials, chega ao fim numa altura em que as Young Adults Adaptations parecem já uma história do passado. Maze Runner teve o dom de perceber que esticar o franchise nem sempre (ou nunca!!!) é o melhor caminho e um forçado hiato motivado por um acidente nas filmagens permitiu a The Death Cure ganhar espaço e fugir ao estigma negativo que tinha assombrado o género. Por outro lado, Dylan O’Brien já não é apenas o miúdo que faz de Thomas e ganhou redobrado prestígio graças a filmes como Deepwater Horizon e, sobretudo, American Assassin. Mas a WCKD continua a ser o motivo de toda a nossa curiosidade e a “cura” o grande segredo por revelar. Estamos genuinamente expectantes por perceber como tudo termina… especialmente depois do desenlace de The Hunger Games se ter revelado insosso e de Divergent ter ficado a meio.

Que grande mês nos espera!!

Jogo da Alta-Roda, Um Desastre de Artista, A Hora Mais Negra, The Commuter – O Passageiro e The Post são distribuídos pela NOS Audiovisuais.
Três Cartazes à Beira da Estrada, Chama-me Pelo Teu Nome e Maze Runner – A Cura Mortal são distribuídos pela Big Pictures Films.
Mudbound – As Lamas do Mississípi e 12 Indomáveis são distribuído pela Pris Audiovisuais.
Covil de Ladrões é distribuído pela Cinemundo.
Uma Mulher Não Chora é distribuído pela Midas Filmes.

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