“Belleville Cop: O Super Agente (Le Flic de Belleville)” de Rachid Bouchareb
Há vários anos que se tem vindo a falar da possibilidade de recuperar as sagas de grande sucesso dos anos 80, Beverly Hills Cop e 48 Hours, ambas protagonizadas por um Eddie Murphy em início de carreira.
Não sei em que ponto está o processo mas eu contratava o francês Omar Sy para protagonizar qualquer uma delas!
…deve ter sido, mais ou menos, este o raciocício dos produtores deste Le Flic de Belleville!
Sy tem a presença, o espírito e a graça para se tornar numa estrela à escala mundial, com a comédias de ação como imagem de marca. O único senão (do ponto de vista totalmente xenófobo mas, por ventura, comercialmente realista) é ser francês… e não norte-americano.
Dessa forma, restou ao realizador francês Rachid Bouchareb “inventar” este Le Flic de Belleville.
Trazer Sy para os Estados Unidos foi o primeiro passo. O segundo foi juntá-lo com Luis Guzmán. O inconvencional buddy cop movie pode ter um enredo sufrível, recheado de preconceitos, ideias gastas e um desenlace pobrezinho mas nos entretantos tem muita piada e um protagonista em grande forma.
Omar Sy e o seu Baaba parecem literalmente “em casa” em Miami. As alusões a Miami Vice são naturais – e recorrentes no próprio filme – e está marcado o tom. O polícia parisiense está a investigar o homicídio do seu melhor amigo de infancia, também ele polícia, entretanto radicado nos EUA. Para o acompanhar é destacado o detetive(!!) Ricardo Garcia (Guzmán) um policial “à moda antiga” a atravessar um momento difícil da sua carreira.
O enredo não é, naturalmente, para ser levado muito a sério. É puro entretenimento disfarçado de filme de detetives, em que a cidade, as personagens e os esteriótipos se conjugam para nos divertir… e lançar Omar Sy no mercado internacional norte-americano. Nesse sentido o “duelo” com Guzmán funciona em pleno. Também, ele a interpretar uma personagem recheada de déjà vu‘s mas com o espírito certo para levar o filme a bom porto.
É aquele cinema sem grandes ambições, elevações ou manias. Cinema descontraído que diverte e entretém q.b. o espetador.
E sabe tão bem… de vez em quando.