“O Rei dos Ladrões (King of Thieves)” de James Marsh

Tradicionalmente a referência “baseado em factos verídicos” é um elemento de valorização dos filmes.
Neste caso específico, talvez não tivesse sido má ideia ter negligenciado (um pouco) essa questão.

Elenco de luxo e de créditos formados, uma história real suculenta e fascinante mas cujo desenlace é incomparavelmente inferior à sua primeira parte.

Todo o enredo em torno da preparação do assalto e do ato em si é realmente deliciosa. James Marsh detalha todo o processo com vasta ironia e sentido de humor, dando espaço para o seu elenco de “geriátricos” confirmar o seu imenso talento. O problema é, tal como aconteceu com os assaltantes, o que fazer a seguir. Limitado pela realidade o filme perde interesse e, sobretudo, qualidade.

Michael Caine, Michael Gambon, Ray Winstone e Jim Broadbent formam o quarteto de luxo de atores maduros que protagoniza este thriller, com ares de comédia. Filme simpático, sem dúvida, que entretém q.b. mas que deixa a plena sensação que havia muito mais para dar.

Brian Reader (Caine) foi em tempos um dos mais famosos ladrões londrinos, com um  extenso currículo e uma “carreira” de sucesso. Até que o jovem Basil (Charlie Cox) lhe apresenta um sucelento plano para assaltar o cofre comum das joalharias de Hatton Garden, em Londres. Brian acaba por chamar os seus antigos compinchas para mais um golpe… mas nem tudo irá correr como planeado.

Os factos relatados no filme têm MENOS de 4 anos. Parece incrível mas o assalto não ocorreu no século passado, mas sim, em meados desta década. Um grupo de septagenários assaltou, de facto, um cofre com mais de 200 milhões de libras em dinheiro e jóias, em Londres.

Depois de Man on Wire e The Theory of Everything, James Marsh dá um (vá lá, dois, se considerarmos The Mercy!) passo atrás na sua evolução meteórica na 7ª arte. 

Melhores dias virão, certamente. Projetos não faltam ao realizador inglês.

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