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“Bucha & Estica (Stan & Ollie)” de Jon S. Baird

O único motivo para não estarmos perante um dos grandes acontecimentos do ano, é o facto deste Stan & Ollie tratar-se de uma produção britânica (e não norte-americana).

Pode-se sempre argumentar que os meios (financeiros) não são exatamente os mesmos, contudo o handicap é sobretudo comunicacional, em não qualitativo. Tivesse estreado nos EUA e sido nomeado aos Oscars de Melhor Ator ou Filme e (como o foi nos BAFTA) e estaria, certamente, na ordem do dia em todo o mundo.

A lendária dupla de comediantes encantou o público (e ainda o faz!!) por várias gerações, mas nunca tivemos oportunidade de conhecer os bastidores de quem viveu para fazer os outros rir. Naturalmente, tal como qualquer um de nós, por detrás da máscara pública Laurel e Hardy tinham os seus defeitos… e virtudes.

O filme dá-nos a conhecer a dupla na fase final das respetivas carreiras quando embarcam numa digressão pelo Reino Unido. Longe das grandes salas de espetáculo, Stan e Oliver (Steve Coogan e John C. Reilly, respetivamente) reinventam-se e toleram-se como sempre.
O sonho comanda a vida (no caso deles, uma futura longa metragem está na calha) e só assim se compreende que já para lá dos 60 anos, ambos os artistas se sujeitem a estalagens de gosto duvidoso, salas modestas e um público meramente nostálgico.

Efetivamente um dos grandes segredos do filme é a capacidade de Steve Coogan e John C. Reilly para dar vida, uma última vez, aos lendários atores. A sua cumplicidade e atenção aos detalhes são, dúvidas houvesse, confirmados durante os créditos com algumas cenas verídicas da dupla. Simplesmente, delicioso e sinal de um enorme talento.

Mas Stan & Ollie não é apenas um filme-homenagem. A obra de Jon S. Baird é também um belo filme, com uma narrativa em crescendo em termos emotivos e dramáticos que tem tanto de revelador como de surpreendente.

Rimos. Choramos. Vivemos. E sentimos uma imensa saudade da dupla.

O seu legado será eterno.
O filme, sobre a sua digressão britânica na década de 50, será lembrado como uma obra emocionalmente e historicamente competente e engrandecedora.

Em suma, largamente acima da média!

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