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“O Falcão Manteiga de Amendoim (The Peanut Butter Falcon)” de Tyler Nilson e Michael Schwartz

É uma daquelas pérolas do cinema (independente) que merece todo e qualquer elogio (mesmo que sem o melhor timing).

A obra de Mark Twain serviu inquestionavelmente de inspiração para este retrato meloso e rude de uma América sem rumo mas com plena esperança. Tyler Nilson e Michael Schwartz encontraram os seus Tom Sawyer e Huckleberry Finn em Zack Gottsagen e Shia Labeouf, tendo ambos correspondido plenamente às expetativas.

Zack é o coração do filme. O seu elemento mais genuíno e sonhador que, na sua simplicidade, demonstra quão complicado o ser humano pode desnecessariamente ser.
Shia continua a delinear o seu retorno às luzes da ribalta. Depois de um começo de carreira auspicioso, o homem suplantou o ator, ao ponto de se julgar perdido um jovem com imenso potencial. Reencontrado consigo mesmo, ele tem tirado partido da sua imagem mais rebelde e arisca para reconstruir o seu percurso e confirmar tudo (ou quase) o que se esperava dele no início do século.
Dakota Johnson fecha este trio amoroso. De uma forma terna, a sua Eleanor é o ponto de ligação entre os dois “amigos” e o amparo que ambos procuravam na sua vida. Parece pouco e até algo redutor, mas preponderante no rumo que a história persegue.

Se a história cativa e prende, o cenário é simplesmente magnífico. As águas e noites quentes da Carolina do Norte são o convite perfeito para nos deixarmos embalar pela combinação certeira de terra, sol e pântanos. Sem pressas, sem rumo, sem preocupações.
Não somos nós (literalmente) a viver estas aventuras, mas, afinal, quem nunca sonhou em construir uma jangada… e deixar-se levar!?!

Já um homem crescido e cheio de sonhos, Zak vive confinado a uma casa de repouso que apesar dos melhores esforços de Eleanor não lhe proporciona o mundo e os horizontes que ele tanto ambiciona. Decidido a fugir, para poder treinar com o seu ídolo e tornar-se lutador de wrestling, o jovem com a Síndrome de Down irá encontrar em Tyler um improvável parceiro de aventuras. Enquanto Tyler foge do seu passado, Zak procura o seu futuro ao longo de uma viagem que vai mudar, para sempre, as suas vidas.

Há indiscutivelmente uma certa magia no ar. É um filme real, autêntico, mas recheado de pequenos apontamentos que deixam a sua marca. Viajamos com o trio de protagonistas, mas, igualmente, com os competentíssimos Bruce Dern, John Hawkes e Thomas Haden Church.
Cada um há sua maneira e em momentos distintos, o contributo de cada um é inseparável do impacto e sucesso do filme.

Ainda se fazem filmes assim!

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