“Mamma Mia!” de Phyllida Lloyd

Diversas razões levaram-me a optar por alterar um pouco a ordem dos comentários. Logo, logo explico-vos porquê, para já aqui fica o Musical do Ano!

Goste-se muito, pouco ou assim-assim dos suecos ABBA, é impossível ficar-lhes indiferente. A sua música prolongou-se, ou melhor, prolonga-se por várias gerações, abrangendo múltiplos estilos o que lhes permite alcançar os mais dispares e distantes públicos. Há muito que o reconhecimento na Broadway é uma realidade com um dos mais conceituados musicais de sempre, agora chegou a vez da 7ª arte deixar o seu tributo.

Apesar dos receios apresentados na Antevisão, o filme não deixa os seus créditos por mãos alheias, acabando por confirmar as melhores expectativas em termos de desempenhos, cenários, coreografias e enredo. Sem ser demasiado cantarolado ou demasiado pausado o filme encontra o equilíbrio certo entre os amantes dos grandes musicais e os cinéfilos mais conservadores (e amantes de uma narrativa mais consistente). A presença constante da música não interfere com o avançar na história, facto a que não é alheio a qualidade das músicas e letras imortalizadas pelo quarteto sueco.

Adicionalmente, o quarteto de actores mais conceituados, Meryl Streep, Pierce Brosnan, Colin Firth e Stellan Skarsgård encaixam perfeitamente nas suas personagens, desfrutando cada momento na mesma medida que nós apreciamos o seu trabalho. Chegando mesmo a causar inveja pela alegria, animação e sobretudo pelas magníficas paisagens onde se desenrola o filme.

Mas não é apenas aparência! O enredo tem substancia para manter filme durante o desenrolar dos “números” musicais, contando uma história interessante e com o seu quê de inesperada. É verdade que Sophie vai casar e que procura a todo o custo saber quem é o seu pai mas isso é apenas o ponto de partida para um filme que promete prolongar o Verão pelo menos durante mais 2h.

Uma última palavra para Phyllida Lloyd. Apesar de mais habituada a grandes óperas e outras encenações teatrais, essa sua vertente não é demasiado exposta, acabando mesmo por ser uma vantagem adicional. Nesta sua estreia como realizadora, ela demonstra mais uma vez que independentemente do “palco” o talento, quando o há, pode/deve ser apreciado.

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